Pelo jeito os nossos intrépidos pesquisadores ingleses andam focados no problema da depressão e da bipolaridade (vide pesquisa anterior publicada aqui no F(r)ases). Mas, pelo menos desta vez, a coisa parece passar longe do inútil e fica mais perto só do bizarro.
Uma ONG Britânica para Saúde Mental fez um acompanhamento com 3.789 pessoas que sofrem de depressão e/ou transtorno bipolar. Os pacientes, todos eles cientes do seu problema, tomando suas medicações tarja preta e sofrendo com os sintomas que atrapalham os seus desempenhos profissional e social, foram monitorados nas redes socias. Segundo os cientistas, nenhum dos pesquisados sabia que seus passos nas redes sociais seriam monitorados, para não inibir seus atos. Sendo assim, apesar de cientes e – segundo os cientistas – até um pouco orgulhosos em dizer que sofrem de uma das duas patologias, as pessoas pareceram não querer que certos círculos compartilhassem dessa informação.
O estudo mostra que mais de 82% preenchia seus perfis nas redes sociais (Facebook e Linkedln) se dizendo bem-humoradas e pró-ativas! Nota do editor: Seria isso um sintoma de falta de confiabilidade ou apenas um estratagema para enganar patrões e supostos amigos ou apenas mais um sintoma da doença? Indagados sobre essas características (ainda sem saberem do monitoramento) praticamente a mesma proporção (78%) disse que bom humor e pró-atividade aconteciam em momentos esporádicos e que a depressão e falta de disposição eram bem mais frequentes, além de um complexo de perseguição que eles mesmos não sabiam explicar o porquê.
Quando confrontados com os perfis fake, os pacientes disseram que deviam ter escrito aquilo em um momento de euforia e depois se esqueceram de mudar. Ou seja, papo para boi dormir, já que mesmo depois de desmascarados, a maioria não foi lá mudar seu perfil, principalmente nas áreas relacionadas com trabalho.
Pelo jeito, depressão e transtorno bipolar, também podem estar relacionados com vergonha ou falta de caráter. Tomara que seja só vergonha, algo que pode ser revertido.
Depressão na velhice
Para completar, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que a expectativa de vida do brasileiro é de pelo menos 73,4 anos e, segundo especialistas, pessoas com mais de 60 anos têm mais chance de sofrer de depressão, que pode estar acompanhada de outros problemas físicos. O tema foi alvo de debates no XVIII Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia – Envelhecimento: oportunidades, desafios e conquistas, que aconteceu em maio, no Rio de Janeiro. Entre os sintomas da doença estão insônia, ansiedade e isolamento social.
Mais informações no site do congresso.