Continuando as comemorações pelos 76 anos do Teatro Rival, Celso Blues Boy – o maior e um dos menos aproveitados guitarristas de blues do Brasil – subiu ao palco com uma série de amigos para apresentar dois shows baseados no CD/DVD Quem Foi Que Falou Que Acabou o Rock’N’Roll?
Os cabelos já podem estar escassos, a cerveja pode ser sem álcool, mas Blues Boy continua mandando muito bem. Com pequenas surpresas no repertório, que incluiu uma versão de Indiana, canção que gravou com B. B. King, e que quase nunca toca ao vivo, ele desfilou convidados e sucessos, acompanhados por um público que reverenciava o mestre a cada nota.
Tico Santa Cruz (Detonautas), Roberto Liy (Produtor e ex-baixista do Erva Doce), Jefferson Gonçalves (Gaita), Big Joe Manfra (Blues Man) e Leoni, também foram até o Rival para participar dos shows.
Na primeira noite, que contou com a presença (por algumas músicas) do presidente e eterno ídolo do Vasco, Roberto Dinamite, Celso entrou vestindo uma camisa do goleiro Fernando Pras, presente do presidente, e pareceu mais motivado e com muito mais técnica do que o atual time cruzmaltino. Um coro vascaíno surgiu no teatro, talvez para celebrar o músico, o ex-atleta ou apenas para sair da mesmice popular dos sem imaginação.
Os convidados, diferentemente do que acontece na maioria das vezes, funcionaram muito bem. Jefferson levou sua gaita para Dama da Noite e Expresso da Noite, Tico dividiu os vocais em Marginal e Expresso da Noite, além, claro da catarse final com Aumenta Que Isso Ai É Rock’N’Roll.
O público pode não ter lotado o Rival nos dois dias (sempre com lotação por volta dos 70%), mas deu uma demonstração de força e fidelidade, que rivalizaram com a fé macumbeira de Rita Ribeiro.
Que Celso volte mais e mais vezes ao Rio. Precisamos de músicos assim.
Nota: 9