Embora ainda não tenha data de estreia na plataforma de streaming, longa assinado por Martin Scorsese para a Netflix deverá concorrer ao Oscar em 2020
“O Irlandês” é uma das principais apostas da Netflix para a temporada de premiações de 2020. O objetivo é seguir o mesmo caminho de “Roma”, longa de Alfonso Cuarón que levou três estatuetas no Oscar deste ano.
Para isso, o original Netflix assinado por Martin Scorsese precisará ser exibido nos cinemas. Ainda que em poucas salas — essa é uma das exigências para que filmes sejam elegíveis à premiação.
A estreia na Netflix ainda não tem data. Mas o filme, que será lançado oficialmente na abertura do Festival de Cinema de Nova York, no dia 27 de setembro, já tem trailer. Aperte o play e confira:
A volta dos bons companheiros
Além de Scorcese, o longa traz outros nomes de peso bem pesado para um original Netflix. Robert De Niro, Al Pacino, Joe Pesci e Harvey Keitel. A nata do “cinemáfia americano” dos anos 1970 a 1990.
“O Irlandês” marca o retorno do diretor ao gênero de filmes de gângster e de sua parceria com De Niro. Será a nona vez em que os dois trabalharão juntos (a primeira foi em 1974, no longa “Caminhos Perigosos”). Curiosamente, é a primeira vez que Al Pacino e Scorsese trabalharão juntos.
Vencedor do Oscar de Melhor Diretor por “Os Infiltrados”, Scorsese é consagrado também pelas obras clássicas como “Taxi Driver”, “Gangues de Nova York” e “Touro Indomável”.
Escrito por Steven Zaillian e baseado no livro de Charles Brandt, “I Heard You Paint Houses”, “O Irlandês” também ganha destaque pelo uso da tecnologia de rejuvenescimento digital no elenco principal.
A história se passa tanto na juventude quanto na idade adulta dos envolvidos. E isso obviamente já aumentou consideravelmente os gastos do estúdio, com rumores de que o orçamento bateu os 200 milhões de dólares.
E se depender da maquiagem digital mostrada na prévia, a produção parece estar bem disposta a atender todas as insanas expectativas que o público tem com sua história.
‘O Irlandês’ aborda três décadas
O longa é contado sob a ótica do veterano da Segunda Guerra Mundial Frank “O Irlandês” Sheeran (De Niro). O assassino profissional trabalhou ao lado de algumas das personalidades mais marcantes do século 20, e foi acusado de envolvimento com a máfia.
A trama narra um dos grandes mistérios não resolvidos da história americana — o desaparecimento do lendário líder sindical Jimmy Hoffa (Pacino).
A relação entre Hoffa e Frank será retratada ao longo de três décadas. O crime, aliás, até hoje não chegou a um desfecho. História, aliás, que já rendeu um filme — “Hoffa” (1992), com Jack Nicholson no papel principal.
Orçamento mais caro da história da Netflix
De acordo com a revista Esquire, Scorsese tinha o projeto de adaptar o livro de Brandt há, pelo menos, uma década. Em 2014, o diretor oficializou que esse seria o seu projeto após “Silêncio”, lançado em 2016.
Inicialmente, a Paramount lançaria o longa. Mas o estúdio pulou fora devido ao orçamento — custaria US$ 100 milhões, segundo o site Rotten Tomatoes. Valor previsto praticamente dobrou. A produção decidiu usar técnicas avançadas de CGI para criar versões mais jovens de De Niro e dos outros atores.
Só em 2017 a produção caiu no colo da Netflix, e as gravações começaram. No site do IMDb — maior banco de dados sobre cinema da internet — “O Irlandês” está orçado em US$ 125 milhões. O que o torna o mais caro de Scorsese. Alguns sites, porém, falam que esse valor já está na casa dos US$175 milhões.