O espetáculo era em família. No palco – em sets individuais e em conjunto – Jair Oliveira, Luciana Mello e o patriarca Jair Rodrigues levaram o espetáculo Festa Para Um Rei Negro ao público carioca.
A mudança no sentido de algumas ruas me fez chegar ao Teatro Rival um pouco mais tarde do que pretendia e perder a gravação que a equipe da TV O Flu faria com ele, após a matéria que foi publicada no Segundo Caderno (leia aqui). Ao chegar, uma grande surpresa, um teatro praticamente lotado e com pouquíssimo público jovem, apesar da presença dos dois jovens astros. Uma verdadeira prova da força do velho Jair.
Aos quase 73 anos (serão completados nesta segunda-feira, 06/02), Jair Rodrigues já não faz um show longo – sua participação pode até ser considerada pequena -, mas ainda demonstra a mesma alegria e empolgação da época em que foi lançado ao estrelato.
Plantando bananeira
Se Jairzinho mostra suas composições e seu sambalanço na primeira parte do show – com destaque para a ótima 12° Jogador – e Luciana solta a voz em canções que realçam a sua grande e boa presença de palco – destaque para Tchau, de autoria do irmão – é mesmo Jair Rodrigues que consegue levantar o público com irreverência, canções clássicas, uma ótima voz e seu molejo, que inclui até mesmo plantar bananeira no palco e contar algumas histórias mais atrevidas e picantes. Tudo isso deixando na plateia aquele ar de cumplicidade que ganha qualquer alma menos bem-humorada.
O repertório não tem surpresas (ainda bem) e até mesmo a homenagem a ‘cumadi’ Elis Regina tem um espaço perfeito no roteiro do espetáculo. Jair mostra que a força de músicas que sedimentaram sua carreira é mais que suficiente para agradar ao seu público, mas o criador do rap promete mais e já pensa em um disco com sambas inéditos compostos por músicos da nova geração.
Seu Jair, benção!
Fotos (do dia 4/2): Ag. News
Vídeos: Jo Nunes