Novamente sem qualquer responsabilidade profissional, o domingo começou com a tensão (a)normal de quem poderia assistir ao show e ao soundcheck de Paul McCartney em Porto Alegre. A entrada estava marcada para o meio-dia, onde deveríamos ser recepcionados e ficar em uma tenda, se protegendo do sol (feroz) e apreciando comidinhas veggie. Para não ter surpresas resolvemos chegar mais cedo.
Logo ao chegar ao Beira Rio fomos procurar os quiosques de material oficial e depois fomos para o local onde estava a tenda (ainda totalmente vazia). Logo foi se formando uma fila sob um sol indecente e, para minha surpresa, vários conhecidos chegavam na tenda, mostrando que são sempre os mesmos loucos de sempre que aparecem nessas horas.
Bem, depois de alguns (poucos) drinks e alguns salgadinhos, veio a informação de que Paul iria estar presente ao soundcheck – Ué, existia a chance dele não estar lá? -. A tensão aumentava.
Pouco antes de 4h25 fomos autorizados a entrar no gramado. Infelizmente não nos deixaram ficar muito perto do palco. Ficamos mais ou menos onde o pessoal da pista comum deveria ficar. Mas, se o show fosse bom, tava valendo. Como Paul não fazia shows desde 19 de agosto e já havia feito uma mini passagem de som na noite do sábado, imaginava que ele pudesse aproveitar a tarde para dar uma esquentada na banda.
Logo que entramos vimos Wix pilotando o seu teclado. Logo depois chegou Abe Laboriel Jr. (bateria) e Rusty Anderson e Brian Ray (guitarras). Eles tocaram alguns acordes até que Sir Paul chegou. A essa altura, já tinha tomado uns três copos de água, gentilmente oferecidos pela produção, e já me sentia no Saara (o deserto).
Após um Welcome to Soundchek, Paul cumprimentou cada um dos músicos e mandou ver. Foram 1h14 de música, onde ele tocou guitarra, baixo, piano, ukulele e mandolin. Para se ter uma ideia, os portões abriram com atraso porque ele não deixava o palco.
Paul mandou alguns Muito Obrigado e até fez um comercial para protetor solar, que usou sem cerimônia. Nenhum fã foi chamado para subir ao palco (como fez no México e na Argentina), mas valeu pela quantidade de músicas tocadas. Um verdadeiro novo show. Ele começou com alguns rockabillies, fazendo uma releitura interessante de Blue Suede Shoes. passou por canções que até pouco tempo estavam no setlist do show (Coming Up e Magical Mystery Tour), tocou a sempre lembrada C’moon e outras coisas boas de se ouvir como Sea Melody (do abortado disco do ursinho Rupert), além da excelente (I Want to) Come Home, seu mais recente lançamento. Teve Don1t Let the Sun Catch You Crying, Everynight e, a melhor surpresa de todas, Bluebird. Melhor mesmo é conferir o setlist abaixo e esperar por alguns vídeos.
Pode até ser que Sir Paul McCartney não seja esse personagem bonzinho que ele gosta de passar que é. Mas, se tudo é uma farsa, tenho que admitir que ele finge muito bem. Ele chamou pelo nome seguranças, o responsável pelo som e por cuidar dos fãs. Tratou todos com atenção e pareceu ter real carinho pelos membros da banda. Ele pode ser o demônio, mas engana direitinho.
Veja o setlist
1- Matchbox
2- Honey Don’t
3- Blue Suede Shoes
4- Coming Up
5- Magical Mystery Tour
6- C’Moon
7- Happy Birthday (para um fã que levou um cartaz)
8- Sea Melody
9- (I Want To) Come Home
10- Don’t Let the Sun Catch You Crying
11- Don’t Let the Sun Catch You Crying (reprise do final)
12- What a Thrill, We’re in Brazil (jam)
13- Every Night
14- I’m Looking Through You
15- I’ll Follow The Sun
16- San Francisco Bay
17- Dance Tonight
18- Ram On
19- Something
20- Bluebird
21- Yesterday
22 -Lady Madonna
Leia também:
Paul in POA – 7/11/2010 – A crítica do show
Paul in POA – 6 e 7/11/2010 – O pré-show
Indo para o soundcheck de sábado