Pode soar batido, mas, como um verdadeiro rei, B. B. King sentou-se em sua cadeira no meio do palco e tratou sua Lucille como uma verdadeira dama. Fazendo-a gemer e gritar como só um homem experiente sabe. Aos 84 anos, B. B. King pode não ter a mesma vitalidade de outros tempos, não dança mais, mas continua esbanjando charme e simpatia, conquistando suspiros de senhoras e marmanjos que lotaram o quente Vivo Rio (os ingressos estavam esgotados há mais de uma semana), no Rio de Janeiro, na abertura da parte brasileira de sua turnê One More Time, nesta terça-feira (16/3/10). Com pouco mais de vinte minutos de atraso (nada, se comparado aos abusos cometidos por artistas brasileiros) a banda, formada por músicos cascudos, muitos acompanhando B. B. King há mais de 30 anos, começou o show. Foram 2 longas canções onde cada um mostrava suas qualidades em solos inspirados e nada excessivos, que agradaram em cheio aos cariocas. Depois do cartão de visitas dada por James “BoogaLoo” Bolden, Melvin Jackson, Walter King & Cia, entrou o rei, com o andar lento, distribuindo palhetas e sorrisos, aparentando uma forma até melhor da que mostrou em 2006, durante a Farewell Tour. Quem for assistir a um show dessa One More Time tour, não deve esperar surpresas. Apesar de deixar o público pedir canções, o mestre não foge do repertório do DVD gravado na turnê de 2006 e disponível no mercado brasileiro. Com o público literalmente a seus pés, o mestre contou piadas, falou bastante, usou os músicos da banda para recuperar o fôlego e energia. Também tocou música (e como tocou!). O setlist foi recheado de clássicos como Good Times Roll, Key to the Highway, When Love Comes to Town, You Are My Sunshine, Guess Who, Rock Me Baby, Thrill is Gone e When the Saints Go Marching In. Com duas horas quase cravadas, B. B. Se levantou da cadeira (ajudado por dois músicos), colocou seu chapéu panamá, um casaco e partiu. Mas, antes disso, prometeu voltar. Nada de despedidas dessa vez. Fotos: Ag. News