Indexação para não preparados e a vida antes do Google (parte I)

Este é um dos textos que estavam na gaveta. Foram alguns meses de
pesquisa, até compilar todas as opiniões. Mas a demora valeu. Afinal,
não poderia haver momento melhor para uma matéria que fala sobre
tecnologia e experiência do que essa, na qual os currículos enganosos
e a jactância estão em alta.

Indexação e a vida antes do Google

Muita gente pode não acreditar, mas existia vida antes do Google. Era
uma vida mais colorida, com mais opções e, talvez, menos eficiente
(pelo menos do ponto de vista da informação).

Nessa época existiam vários mecanismos de busca que usavam tecnologias diferentes para vasculhar a rede. Altavista (o melhor), Hotbot, Yahoo!, WebCrawler e outros buscadores brigavam pela preferência do internauta.

“O Altavista era tido com uma grande ferramenta, mas vinha um bocado de lixo nos resultados; o Yahoo!, no mais das vezes, dava uma resposta mais objetiva. O Google chegou de mansinho, mas foi tomando o lugar dos outros, porque com aquele design limpinho, voltado só para a busca (sem aquela barafunda visual da página do Yahoo, por exemplo), e os algoritmos poderosos, era irresistível.”, diz o mestre André Machado.

Era um tempo onde indexar e conseguir recuperar uma página tirada do
ar não era uma tarefa fácil. Hoje, embora muitos responsáveis pelo
conteúdo de sites não têm idéia de que é possível resgatar sites
apagados. Aliás, muitos deles não têm ideia sobre muita coisa.

“Um dos grandes problemas do jornalismo online continua sendo a falta de conhecimento dos gestores. Muitos deles continuam vindo de mídias tradicionais, sem nenhum conhecimento prévio sobre a internet.”, diz um estudo que está sendo feito pelo MIT (Massachusetts Institute of
Technology
).

Quando li o trecho acima (o estudo deve ser publicado até o fim deste
ano) fiquei feliz. Como já citei em posts anteriores, cansa uma certa
presunção de pessoas que leem um livro e acham que descobriram todas as respostas do mundo e que já sabem até o que é Web 2.0 ou mídias sociais.

Mas a pergunta que sempre faço é: “É mais fácil encontrar algo hoje na
Internet do que 6 anos atrás”? Algumas respostas.

“De nada adianta buscar, simplesmente, sem ter um mínimo conhecimento prévio do assunto que se está buscando (especialmente no caso do jornalista). Do contrário, a pesquisa pode levar a resultados
incompletos ou subjetivos. É preciso correr atrás de várias fontes, e
fazer o trabalho jornalístico também na hora da pesquisa. Nessa hora,
nada substitui uma boa formação, o gosto pela leitura e pelo estudo, e
o desejo de aprofundar a contento uma informação”, sentencia André
Barba Machado
.

“É mais fácil para quem tem um mínimo de experiência na rede. Saber
técnicas de pesquisa boleana – que nem são mais ensinado – pode fazer uma grande diferença”, afirma o estudo do MIT.

Assim como os meios de mídia tradicionais (impressos) passam por uma
crise, causada em grande parte por falta de visão do que o público e
os anunciantes querem ou falta de capacidade de encontrar uma solução para unir circulação e verbas publicitárias, a Internet sofre com a falta de conhecimento de muitos de seus executivos.

“Não é incomum encontrar gente que foi colocada em cargos de chefia apenas por terem estudado com alguém que faça parte na diretoria da empresa ou porque é amigo de outro alguém. Isso acontece não só em países menos desenvolvidos ou empresas familiares. Acontece até mesmo nos Estados Unidos e Europa, onde é grande o número de sucessos, APESAR de chefias despreparadas”, afirma outra parte do texto do MIT, acompanhado de uma série de gráficos com percentuais de incompetência.

To be continued…

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