Preparando a primeira crítica solo, sem a necessidade de se preocupar com edições ou comentários desplugados de apuração, esqueço Dionne Warwick (que se apresentava no Vivo Rio), chego para o show do Oasis no CitibankHall (7/5) e dou de cara com os colegas e também jornalistas Ricardo Calazans e Silvio Essinger, dois terços do ótimo e meio abandonado blog Raios Triplos, já ouvindo a potência e o esporro do Cachorro Grande, banda de abertura dos irmão Gallagher, que fazia um show onde o ‘ritmo do som era pesado’.
O primeiro comentário foi exatamente sobre o volume do Cachorro Grande. Se a banda de abertura soava daquele jeito, nossos ouvidos iriam sofrer muito após a esperada maratona de rock. Mas que não fique parecendo que tocar alto era a melhor qualidade da banda (que deve ser vista sempre que vier ao Rio). Os caras tocam rock da melhor qualidade – DISCO NOVO NO MÊS QUE VEM – e ainda tiveram o reforço de Samuel Rosa (Skank) para encarar duas versões de canções dos Beatles: I Saw Her Standing There e Helter Skelter.
O intervalo entre o show dos gaúchos e os ingleses foi curto e cheio de boas expectativas, apesar dos posts de Noel Gallagher dizendo que o grupo era uma ‘nau sem rumo‘. Afinal, as apresentações anteriores da banda no Brasil foram sensacionais e os últimos shows na Argentina e Chile só receberam elogios da crítica desses países.
Chegou a hora e os marrentos irmãos de Manchester sobem ao palco cheios de uma simpatia incomum. Mandam ver e, talvez pelo show estar sendo transmitido ao vivo pela TV, falaram mais que o normal, agradando e agradecendo aos cerca de oito mil presentes na casa de shows, apesar de terem menos volume que sua banda de abertura.
Banda coesa e show sem erros
Da abertura (Rock’n’Roll Star) até o último bis, que fez todos cantarem a letra de I Am The Walrus (uma das mais complicadas letras de John Lennon para os Beatles) em alto e bom som, sem erros. Palmas para o público que foi até a Barra da Tijuca. Jovens e outros nem tão jovens cantaram praticamente todas as músicas apresentadas pelo grupo, gritaram os nomes de Liam e Noel em vários momentos e pediram (em vão) Live Forever.
Não sei exatamente o que Noel Gallagher pretende fazer após essa turnê, mas o show do Rio foi uma aula de como fazer um show. Nada de frescuras, só música (boa) com a tradicional ‘marra’ de sempre.
Para quem nunca viu a banda (em 1998 ou 2001), não dá para imaginar que tudo fincione na base do mal-humor e de críticas entre os dois irmãos. Muitos arranjos fieis aos registros de estúdio, algumas microfonias e efeitos eletrônicos ‘floreando’ os números.
Ao contrário do mestre Jamari França, que disse ver uma banda se desintegrando na sua frente – Jamari, acho que você foi um pouco duro -, relembro que a maioria dos que foram ao show jamais tinham visto o Oasis ao vivo antes e que saíram mais do que satisfeitos com o que viram.
Não importa se têm o rei na barriga ou se podem ser desagradáveis e pedantes (quando querem). Os caras são bons e até elogiaram a galera do Rio (leia aqui).
Valeu!
Foto da set list: Jamari França
Ouça as músicas do F(r)ases da Vida
Muitooooo boom o post!
Relinkamos, ok?