Os anos 1960 transformaram o rock em arte, mas 1971 iniciou uma nova década ainda sob os ecos do otimismo dos últimos anos e com ótimos discos, mesmo sem nomes como Hendrix e os Beatles
Os Beatles, Jimi Hendrix e Janis Joplin já não estavam entre nós. O sonho hippie tinha desmoronado, mas o rock tinha deixado de ser um jovem para crescer e ganhar uma outra voz e atitude.
Esse era o cenário em 1971, ano que iniciava uma década que traria várias novas vertentes para o rock, mas que, naquele momento, ainda bebia da água dos inspirados anos 1960.
Alguns discos clássicos do rock que comemoram 50 anos
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Marvin Gaye — What’s Going On’
Recentemente escolhido como o melhor disco de rock de todos os tempos (lista da revista Rolling Stone) What’s Going On’ encontra Gaye no seu auge.
Cheio de swing e soul, o álbum, além da sua canção-título ainda conta com pérolas como “Mercy Mercy Me (The Ecology)” e “Right On”. Todas gravadas com excelentes arranjos e uma performance impecável.
Se é ou não o melhor álbum de todos os tempos é uma questão de gosto, assim como se é ou não um disco de rock, mas é um discaço que deve ser ouvido (sempre).
The Who — Who’s Next
Talvez o melhor disco de rock de 1971. Who’s Next acabou recebendo as melhores composições que entrariam no ambicioso projeto Lifehouse, abandonado por Pete Townshend por conta da complexidade do seu tema (“a criação da internet”).
Townshend estava no seu auge, assim como Roger Daltrey, Keith Moon e John Entwistle.
O resultado? Um álbum com “Baba O’Riley”, “Behind Blue Eyes”, “Won’t Get Fooled Again”, “The Song Is Over’, “Getting in Tune” e “Bargain”, para não citar todas as nove canções do lançamento original.
Para muitos, o melhor álbum do The Who.
Led Zeppelin — IV
Outro disco peso pesado. O que dizer de um álbum que tem “Black Dog”, “Going to California”, “Rock and Roll” e “Stairway to Heaven”?
O Zep viria a se tornar o nome mais reverenciado do rock pesado de todos os tempos e esse disco tem muito a ver com essa classificação.
Rolling Stones — Sticky Fingers
Não há como falar em rock dos anos 1970 sem falar nos Rolling Stones. Ainda mais vendo em retrospectiva um ano no qual lançaram um de seus melhores discos: Sticky Fingers.
Depois do fraco Lei it Bleed, os Stones oficializaram o guitarrista Mick Taylor como membro da banda (em substituição a Brian Jones) e puseram para quebrar.
Vieram com “Brown Sugar”, “Wild Horses”, “Bitch” e “I Got the Blues”. Tiro, porrada, bomba e doçura na medida certa.
Os Stones começaram a nova década cheios de inspiração, criando canções que ficaram no seu setlist por cinco décadas.
John Lennon — Imagine
Se 1970 foi o ano da consagração de George Harrison (com o álbum triplo “All Things Must Pass”), 1971 foi a “volta” do ex-companheiro de banda, John Lennon.
Depois de uma estreia que, apesar de elogiada pelos fãs, ficou longe de ser um sucesso esperado para um disco solo de um ex-beatle (ainda mais Lennon), Imagine pôs John de volta aos trilhos do sucesso comercial.
A mistura de canções da era dos Beatles (“Jealous Guy” e “Gimme Some Truth”) com composições do calibre de “Imagine’ e “Oh My Love” foi certeira.
Além disso, ainda o disco ainda tem o mais feroz ataque de um ex-beatle contra outro membro da banda. “How Do You Sleep?” é uma pancada de Lennon (com a ajuda do slide de George Harrison) contra Paul McCartney.
Outros grandes discos de 1971
Citar todos os grandes discos de 1971 tornaria esse texto (quase) interminável. Mas há alguns lançamentos que merecem pelo menos uma citação.
- Janis Joplin — Pearl;
- Rod Stewart — Every Picture Tells a Story;
- Rory Gallagher — Deuc’;
- Carole King — Tapestry;
- Don McLean — American Pie,
- Elton John — Madman Across the Water.
Acha que ficou faltando algum álbum? Coloque sua(s) escolha(s) nos comentários.
Uma versão deste texto foi publicada na Revista Ambrosia