Alerj aprova destombamento do Canecão e abre caminho para concessão de espaço. UFRJ e Governo do Rio querem administrar o espaço
Fechado desde outubro de 2010, o Canecão, que já foi a mais importante casa de espetáculos do Brasil, segue a sua agonia. Agora, quase nove anos após a decisão imbecil da UFRJ em se reapropriar do imóvel, a Assembléia Legislativa do Rio decidiu pelo destombamento do local.
Os problemas do Canecão eram antigos — uma longa disputa judicial, após um contrato extremamente mal feito — e mesmo antes do fatídico outubro de 2010 o desfecho para esse sombrio cenário já se desenhava (leia aqui um post da época).
Estranha aliança
A razão principal para o destombamento seria facilitar as obras de recuperação do espaço. Infelizmente, fica a impressão de que isso pode se transformar em mais um passo para que a história do Canecão vire pó.
Fosse o Brasil um país sério, poderíamos pensar que uma aliança entre inimigos declarados como o PT, o PSL e o PSOL, poderia acontecer pelo bem maior. Do jeito que a coisa anda, a ideia de que pode haver algum interesse econômico escuso se fortalece.
UFRJ e Governo do Estado: duas péssimas opções
O Canecão, depois de fechado, já foi alvo de interesse da Prefeitura do Rio, além, claro, dos planos voadores da universidade federal do rio de janeiro (assim, em caixa baixa).
Agora, a mesma UFRJ — que já se mostrou totalmente incompetente e desconectada com a realidade do que a cidade quer do local — e o Governo do Estado — totalmente falido — dizem ter interesse em administrar o espaço.
O ideal seria passar o controle para a iniciativa privada, sem a obrigatoriedade de transformar o Canecão em um centro cultural. O que a população quer (e precisa) é de uma casa de espetáculos. Que o tão sonhado (pela UFRJ) centro cultural seja construído em um de seus campi.
Canecão abandonado desde 2010
Causa revolta pensar que o palco que já recebeu artistas como Roberto Carlos, Ray Charles, Chico Buarque, Gal Costa, Johnny Rivers, Paulinho da Viola e, pouco antes de fechar, Johnny Winter (leia como foi), hoje está destruído.
Segundo matéria publicada no portal G1 “o espaço teve arquibancadas, camarins e banheiros destruídos. Também já não tem mais sistemas de ar nem iluminação ou isolamento acústico. Poeira e pichações podem ser vistas em todas as paredes e vidros dão um ar de abandono ao prédio”.
Falta de verbas?
Muitos podem dizer que tudo é culpa do corte de verbas do qual a entidade vem sendo vítima. Mas…falta de verbas desde 2010?
É engraçado andar pelo campus da Ilha do Governador e ver ruas esburacadas, prédios mal cuidados, o hospital caindo aos pedaços, mas notar que a obra de um novo centro de pesquisas anda a todo vapor, com dezenas de trabalhadores e vários caminhões se movimentando. Uma mostra clara de que o problema é apenas de prioridade no uso das verbas.
Edital no segundo semestre?
A ideia é que um edital para a revitalização do Canecão aconteça no segundo semestre de 2019, em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). O novo dono teria o controle do espaço por 50 anos. Depois disso, tudo voltaria para a UFRJ.
Espero encontrar (bons, coerentes e realistas)) argumentos que mostrem que os temores de que o destombamento não vai resolver nada sejam infundados. Até agora, o que a instituição de ensino mostrou em termos de capacidade de gerenciar a história do país não permite pensar que esses argumentos existam.
Aguardemos!
se for administrado pela ufrj so vai ter pecas dos macaquinhos kkkk