Depois da sucursal do Rio, a de Brasília foi a última vítima de uma crise que parece terá um fim trágico para a IstoÉ
A contínua crise dos órgãos de imprensa do Brasil teve mais um capítulo no último dia 22 de abril. Depois de fechar a sucursal do Rio de Janeiro, a revista IstoÉ anunciou o fechamento da sua redação em Brasília.
Publicada pela Editora Três, a IstoÉ sempre se notabilizou pela cobertura política (goste ou não da abordagem) e, assim como aconteceu com a Editora Abril, que entrou em processo de recuperação judicial, o emagrecimento da revista deixa dúvidas sobre o futuro da empresa responsável pelo título.
O jornalismo vai bem (acreditem)
Pior que o fechamento de vagas de trabalho para jornalistas — eram apenas três profissionais — é a impressão de que os empresários realmente não entenderam (e parte do público também) que o jornalismo vai bem, o que aconteceu foi uma mudança na maneira de consumi-lo.
Assim como aconteceu com o rádio, que se fortaleceu, o jornalismo (impresso ou online) continua com ótimos profissionais e, cada vez mais, com linhas editoriais claras, o que é muito bom para o consumidor de notícias.
Mais de 30 milhões de brasileiros vivem em locais sem imprensa
Então, o que fazer? Se modernizar, principalmente no setor comercial.
Mudar a maneira de ganhar dinheiro
O que é incompreensível é a resistência das empresas (e empresários) em reestruturar seus departamentos comerciais, que continuam atuando como se estivesses nas décadas de 60, 70 ou 80.
Anúncios menores? Anúncios segmentados? Maior base de anunciantes e menores preços? Tudo isso parece soar como palavrões aos responsáveis por captar recursos. O resultado é, claro, a falta de recursos e a espiral descendente das empresas e de títulos tradicionais.
Jornais e revistas sofrem para conseguir encontrar uma maneira de manter os ganhos nessa fase de mudança do impresso para o digital. Já falamos sobre isso e vale sempre dar uma relembrada (clique aqui).
Torcemos para que as pessoas tenham consciência de que consumir notícias de fontes seguras e profissionais sérios é imprescindível. Não importa se de direita, centro ou esquerda, gay ou hétero, o que importa é a qualidade da notícia, mesmo que ela lhe desagrade.