Atlas da Notícia mostra que não há veículos de comunicação em 51% dos 5570 municípios do Brasil
Tão importante quanto a qualidade do jornalismo é fazer com que a notícia seja divulgada. Afinal, a notícia é o fator mais importante dessa equação que pode significar a diferença entre um povo consciente e uma nação sem rumo.
Deserto de notícias
O Atlas da Notícia — projeto do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), com pesquisa, análise e publicação dos dados desenvolvida pela agência Volt Data Lab — divulgou que mais da metade dos municípios brasileiros não contam com meios jornalísticos locais, deixando mais de 34 milhões de pessoas desamparadas.
Pior, em 30% das cidades só há um ou dois veículos de comunicação, o que (normalmente) compromete a qualidade do noticiário.
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Local x nacional
Outro ponto importante é que, por mais que os veículos e o noticiário nacionais sejam importantes, o que as pessoas querem mesmo são notícias locais.
Querem saber se aquele buraco na estrada foi consertado ou e aquela ponte que estava em péssimo estado foi restaurada. Querem saber dos times da sua região e não se um grande clube de outro estado mandou embora o seu treinador.
Ainda há muitos grandes grupos de comunicação sofrendo com a globalização e tentando cortar custos com a junção de notícias de várias praças em detrimento do dia a dia de cada lugar.
Esse dilema é mais visível (ou audível) nas rádios, onde não cansam de pipocar experiências (mal sucedidas em sua maioria) onde se tenta nacionalizar o ouvinte.
Ainda segundo o Atlas da Notícia, quase 60% dos veículos de comunicação brasileiros são de rádio ou impresso. Foram catalogadas 4007 iniciativas de rádio, 3368 jornais impressos, 2773 veículos de televisão, 2263 iniciativas online e 56 revistas. Os desertos de notícia são mais presentes nas regiões Norte (70% dos municípios) e Nordeste (64%). A região Sudeste (38%) é a que menos tem vazios de iniciativas jornalísticas.
Triste, não?
Para saber mais sobre o Atlas ou ver todos os dados, acesse esse link.
Com informações do Comunique-se
Felizes aqueles livres da Rede Globo
Espero que esses que querem se ver livres da Rede Globo não sejam hipócritas e não fiquem vendo desfiles de Carnaval, Rock in Rio, novelas ou futebol aos domingos ou quartas. Que não fiquem assinando a NET ou vendo Telecine ou Bis. Só não acredito que isso aconteça nunca.
Não concordo em achar que a imprensa é vagabunda. Acho que as pessoas só querem ler, ver e ouvir o que lhes interessa. Não gosto, por exemlo, dos que repetem “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, mas que não deixam de assistir os desfiles de Carnaval, Rock in Rio, novelas ou futebol aos domingos ou quartas. Que não deixam de assistir a NET, Telecine ou Bis, por exemplo.
Acho que as pessoas precisam saber que muitas notícias vão desagradar.