Em meados dos anos 2000 o New York Times fez sua primeira tentativa de cobrança por conteúdo. Não deu certo! Depois, foi observando e estudando o mercado até que (muito depois, em 2011). O mesmo que aconteceu com o jornal americano foi se repetindo com praticamente todos os veículos de comunicação do planeta. Ainda hoje é muito difícil fechar a equação cobrança x audiência x lucro, fazendo com que muitas empresas sintam calafrios ao verem suas planilhas de custos e as verbas de publicidade.
O anúncio de que o NY Times chega próximo de 1 milhão de assinantes digitais é uma vitória de um jornal que não precisa se utilizar de subterfúgios como fofocas ou imagens com mulheres nuas. Tudo é baseado apenas na qualidade da notícia. Infelizmente, esse tipo de exemplo está muito longe de tentar ser adotado. Por mais de uma década “gurus digitais” (daqueles que leem livros sobre um tema e se tornam experts no assunto) insistem que o que o povo quer mesmo é ver bunda e ler notícias bundas. O detalhe é que nenhum desses brilhantes profissionais brasileiros consegue fazer com que seus empregadores obtenham números próximos da metade dos do NY Times.
O grupo New York Times divulgou na semana passada que seu lucro no segundo trimestre lucro superou as estimativas de analistas, após o publisher ter cortado despesas mais rapidamente que a queda de receita.
O lucro foi US$ 0,13 por ação, segundo comunicado – a Bloomberg, por exemplo, havia previsto uma média de US$ 0,11. Receitas tiveram queda de 1,5%, para US$ 382,9 milhões, abaixo da projeção média de US$ 383,3.
O digital foi responsável por 32,5% da receita total de mídia da empresa, com crescimento de 26,9%, enquanto que o aporte exclusivo de anúncios digitais cresceu 14,2%, chegando a US$ 48,3 milhões. Mas as perdas de receitas de anúncios em impresso novamente se sobrepuseram aos ganhos digitais, caindo 12,8% – a queda total de publicidade foi de 5,5%. O New York Times vem tentando atrair mais assinantes digitais e vender projetos de publicidade nativa.
Sobre circulação, a receita subiu 0,9%, segundo o comunicado. O número de assinantes exclusivamente digitais chegou a 990 mil no final do trimestre, um aumento de 19% em relação ao período do ano anterior, aproximando-se da histórica marca de um milhão.
“A gestão de despesas continuará a ser nossa maior prioridade também no segundo semestre de 2015, embora nossa ênfase em investimentos e execução de projetos digitais esteja mais intensa que nunca”, escreveu Mark Thompson, CEO.
O Times e outros publishers fizeram, recentemente, uma parceria com o Facebook e com a Apple para publicar histórias diretamente no news feed de suas plataformas, invés de encaminhar por meio de links para a página do NYTimes.com. Thompson disse que os acordos irão aumentar as receitas de anúncios digitais e poderá atrair mais assinantes.
Apesar das novidades em digital, o New York Times continua a investir em impressos. Em fevereiro o jornal lançou um novo projeto gráfico e editorial para o New York Times Magazine. Em abril anunciou uma seção masculina reformulada, num esforço para reforçar a publicidade impressa, que ainda compõe grande parte da receita anunciante do grupo.
Fonte: Meio & Mensagem
O que prova que pelo menos 1 milhão de idiotas vivem no planeta.
Não concordo. Sou a favor se que se pague por informação e música, seja em formato físico ou digital.