Durante um curtíssimo espaço de tempo – quando ainda morava no Andaraí e me correspondia com um tal Lennon – minha casa foi uma das que usaram aquele aparelhinho do Ibope para medir a audiência dos canais abertos de TV. Não sei como ele foi parar lá em casa e muito menos o porquê de ter sumido. Só sei que nunca mais conheci ninguém que faça parte desse “estudo de audiência”. Agora, é imaginar como o Ibope vai conseguir aferir a audiência da TV em outras plataformas.
O período de transição e a oportunidade que os usuários têm de consumir conteúdo quando e da forma que querem está mudando os negócios do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), que, a partir do ano que vem, vai começar a medir a audiência de TV nos computadores. Quem falou sobre o assunto foi o CMO da empresa, Antônio Wanderley. O executivo participou de painel da edição de 2014 do Congresso da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA).
Nos últimos anos, o Ibope passou a aferir a audiência de conteúdo on demand, de programas gravados pelo próprio usuário e assistidos posteriormente, e do consumo de TV Digital no celular. A demanda para lançar a novidade de auditoria de televisão nos PC’s é reflexo da mudança de mercado, ponto abordado durante a participação no painel “Full competition no ambiente das pesquisas”.
“A tendência é que o bom conteúdo seja cada vez mais valorizado. O consumidor vai encontrar o que é melhor, independentemente da plataforma. Para saciar a fome dos consumidores, é importante que os programas viajem por todas as ferramentas. Tem que entender a função da tela e o momento do conteúdo para saber em qual ele será inserido”.
Wanderley usou a Copa do Mundo como exemplo. Para ele, no momento em que o mundial estava acontecendo, era mais importante para o público o conteúdo do que a plataforma. “As pessoas queriam ver os jogos fossem na tela da TV ou do smartphone. Naquele momento, seria importante disponibilizar o conteúdo na tela menor, pois a pessoa poderia assistir de onde estiver, sem necessariamente precisar estar ao lado de um aparelho de TV”. Em sua visão, existem ainda outros desafios para enfrentar: aferição, qualificação e eficiência vão precisar ser trabalhados cada vez mais.
Fonte: Comunique-se