Os seguidores do F(r)ases da Vida sabem que sempre vão encontrar boas e bizarras pesquisas científicas – muitas delas inglesas – entre os seus posts. Bem, como estamos em clima de fim de ano e não vou ter presentes para distribuir, segue um post com sete pesquisas pra lá de estranhas. Ok, que algumas delas já haviam sido divulgadas aqui, mas vale o repeteco.
Veja como muito do dinheiro governamental é gasto por pesquisadores em todo o mundo.
1. Decifrando o “pum” dos peixes
Quem sempre invejou o Dr. Dolittle, personagem interpretado por Eddie Murphy no filme de mesmo nome, talvez passe a reconsiderar o desejo de falar com animais depois de ler sobre esta experiência. Pesquisadores ingleses e canadenses se reuniram, em 2003, para investigar a flatulência de alguns tipos de arenques, pequenos peixes presentes nas águas do Atlântico Norte, Pacífico Norte, Mar Báltico e Mediterrâneo. De acordo com o grupo de pesquisadores, o “pum” dos peixinhos pode ser usado como protocolo de comunicação entre os indivíduos da espécie.Em entrevista à National Geographic, o biólogo Ben Wilson, do Centro de Ciências Marinhas de Bamfield, no Canadá, afirmou que os arenques possuem uma boa audição e que costumam fazer alguns barulhos esquisitos durante a noite, expelindo ar pelo ânus e criando pequenas bolhas. Posteriormente, testes em laboratórios confirmaram que os gases emitidos pela espécie não estão relacionados com a alimentação, já que o comportamento se repetia mesmo quando os arenques estavam de barriga vazia.
Curiosamente, a flatulência aumenta quando muitos peixes dessa espécie estão reunidos, o que pode ser um indicativo de que eles usam os “ventos” para se comunicar. Você pode ouvir o som emitido pelos arenques no vídeo acima. Esse comportamento foi batizado de Fast Repetitive Tick (Tiques Repetitivos e Rápidos), que pode ser abreviado como FRT, sigla muito similar à palavra em inglês para se referir ao flato: fart.
2. Velocidade do som no cheddar
A velocidade ultrassônica, ou seja, a velocidade com que o ultrassom se propaga, depende do meio pelo qual ele passa. Em 2006, cientistas descobriram que, ao atravessar o queijo cheddar, a velocidade ultrassônica varia de acordo com a temperatura do laticínio.
O artigo, publicado online e em inglês, especifica que se o queijo estiver a 0 ?C, a velocidade ultrassônica é de 1.590 m/s. Porém, quando aquecido a 35 ?C, o ultrassom viaja por ele a 1.696 m/s. De acordo com os pesquisadores, essa variação está relacionada com o derretimento de gorduras presentes no cheddar. Até o fechamento deste artigo, não descobrimos uma aplicação útil para a pesquisa. Alguém se habilita a sugerir algo?
3. Taxistas ingleses têm cérebros diferentes
Pesquisadores analisaram resultados da ressonância magnética dos cérebros de profissionais com muita experiência de navegação e orientação, como os taxistas de Londres, e os compararam com os exames de pessoas que não dirigem táxi. O resultado foi revelador: taxistas possuem regiões de seu hipocampo maiores ou menores do que as de outras pessoas.
Para quem não se lembra, o hipocampo é uma região do cérebro humano relacionada com a memória e a navegação espacial, sendo uma das primeiras áreas do cérebro a ser afetada pela doença de Alzheimer. Os cientistas também perceberam que o volume de alteração do hipocampo depende do tempo de serviço de cada taxista, favorecendo, assim, a ideia de que a representação espacial fica armazenada em determinada área do hipocampo e que essa área pode ser expandida, de acordo com as necessidades do seu portador.
4. Mulheres de vermelho são mais atraentes?
Já percebeu que boa parte das femmes fatales do cinema usam vestidos vermelhos? Pois bem, pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, realizaram um estudo para verificar como os homens reagem de acordo com as cores das roupas usadas pelas mulheres.Para isso, os pesquisadores distribuíram fichas com a fotografia de diversas mulheres usando cores diferentes. Com base na imagem, o entrevistado tinha que responder à seguinte questão: “Imagine que você se encontrará com essa mulher e tem uma nota de cem dólares na sua carteira. Quanto desse dinheiro você gastaria com ela?”. Em todas as etapas, a mesma resposta: os homens teriam encontros mais caros com as mulheres que estavam vestindo vermelho.
De acordo com os cientistas, essa resposta pode ter uma causa biológica, já que primatas não humanos também tendem a se sentir mais atraídos por fêmeas que exibam pelagem mais avermelhada. Agora, quer uma notícia nova? Mulheres também se sentem mais atraídas por homens que vestem roupas vermelhas. De acordo com outra pesquisa da mesma universidade, isso tem a ver com o fato de a cor fazer os homens parecerem poderosos e bem-sucedidos.
5. Alicates são ótimas ferramentas para liberar o “passarinho” da braguilha
É comum, durante a infância, que meninos acabem prendendo o prepúcio no zíper da calça. Pais desesperados, filho gritando, possibilidade de sangue: a cena é desagradável para qualquer pessoa envolvida. Por isso, a doutora Satish Chandra Mishra, do Departamento de Cirurgias do Hospital Charak Palika, na Índia, desenvolveu um método de liberar o “passarinho” de maneira rápida, não traumática e que pode ser reproduzida em qualquer caso, independentemente da idade da criança.
A técnica até que é bastante simples: com um alicate, corte parte do zíper e do tecido ao redor do fecho. Repita a operação do outro lado. Depois, use o alicate para pressionar as laterais do fecho. Essa pressão fará com que o prepúcio seja liberado instantaneamente e sem dores. Outra ideia, ainda mais simples, é nunca deixar seu filho usar calça ou bermuda que tenha zíper sem cueca.
6. Tese de doutorado: amor e sexo com robôs
O pesquisador em inteligência artificial David Levy, da Universidade de Maastricht, na Holanda, conseguiu seu doutorado com uma linha de pesquisa pouco comum: o relacionamento entre humanos e robôs. Em entrevista para a LiveScience, o pesquisador disse acreditar que, por volta de 2050, o estado de Massachussets será o primeiro a legalizar o casamento com robôs.Levy, que também é autor do livro “Love and sex with robots”, acredita que os robôs se tornarão tão parecidos com os humanos, tanto na aparência quanto na personalidade, que não demorará muito para que as pessoas comecem a se apaixonar por eles. Apesar de parecer estranho, o escritor acredita que o sexo e o amor com robôs serão inevitáveis no futuro.
7. Elefantes são capazes de se reconhecer
Você já ouviu falar do Teste do Espelho? Bem, esse é um experimento criado por Gordon Gallup Jr., em 1970, com base nas observações feitas por Darwin ao entregar um espelho de bolso para um orangotango, no zoológico. O procedimento acabou se tornando uma espécie de medida de autorreconhecimento em diversas espécies.
Além dos humanos, é sabido que algumas espécies de macaco, como bonobos, orangotangos e gorilas, também são capazes de se reconhecer em um espelho. Orcas e um gênero de golfinho, os Tursiops, representam os animais aquáticos com a mesma propriedade.
Mas um estudo realizado pela Wildlife Conservation Society de Nova York fez com que os elefantes também entrassem para esse grupo seleto de criaturas capazes de se reconhecer em espelhos. De acordo com a divulgação da pesquisa, os elefantes foram capazes de interagir com as marcas de identificação que carregavam logo acima dos olhos, além de analisar partes de seus corpos vendo a própria imagem refletida.
Achou essas pesquisas estranhas? Pois saiba que há muitas pesquisas como essas sendo realizadas a todo instante. Há, inclusive, um prêmio destinado aos estudos mais esquisitos ou inúteis já realizados, o Ignobel.
Fonte: Tecmundo