A festa da entrega do Oscar 2012 – 84ª edição do prêmio – foi uma das mais agradáveis dos últimos anos e manteve a tradição em vários momentos da festa. Desde algumas piadas totalmente sem graça de Billy Crystal até o não comparecimento de Woody Allen para receber mais uma estatueta. Entretanto, também foi uma noite cheia de novidades, como a premiação de Meryl Streep – recordista de indicações e de derrotas -, a escolha de melhor filme, ator e diretor para os representantes de O Artista e até algumas ótimas tiradas do apresentador Billy Crystal, sem contar a supressão dos números musicais e o comportamento de quase todos os vencedores, que, com pouquíssimas exceções estouraram seus tempos de agradecimento.
Até não foi surpresa que A Descoberta de Hugo Cabret, filme de Martin Scorsese, ficasse apenas com prêmios técnicos – foram 5 -, enquanto O Artista ficou com as estatuetas de maior peso. Também foram ótimas as escolhas de melhor ator e atriz coadjuvante – Octavia Spencer, de Histórias Cruzadas, e que protagonizou o momento mais genuinamente emocionante da noite; e o veterano Christopher Plummer, de Toda forma de amor.
Plummer, aliás, fazia parte daquele grupo de atores aos qual a Academia devia. Ele, Nick Nolte e Gary Oldman, só para citar alguns presentes ao Hollywood & Highland Center (antes chamado de Hollywood’s Kodak Theatre). É inacreditável a quantidade de bons atores que são sempre relegados pelos membros da Academia.
Já em relação aos prêmios de melhor ator e atriz foram menos emocionantes, apesar do discurso de Maryl Streep, que disse imaginar que o público fosse se decepcionar dizendo algo do tipo: “ela de novo?“. Se enganou, Maryl, sua escolha foi uma das mais aplaudidas da noite (todos de pé) e vai deixar você na história não só como recordista de indicações (e derrotas), como no hall das grandes ganhadoras.
O show foi agradável e nem pareceu durar as 3h30 que foram gastas. Parece que finalmente chegaram a um acordo sobre o formato tanto do Grammy quanto do Oscar, para a nossa felicidade – os espectadores. Até mesmo a apresentação – com alguns erros – do Cirque du Soleil foi bem colocada.
Por fim, o ponto alto da noite: A vitória de Bret McKenzie e sua canção Man or Muppet, dos Muppets. Não seria justo esperar todos esses anos, concorrer com Fernanda Montenegro e alguns bons filmes, para que o país tivesse seu primeiro Oscar por meio de Carlinhos Brown e Sérgio Mendes, dois artistas que em nada representam a música brasileira, apesar das boas parcerias de Brown com Marisa Monte.
Enfim, uma noite em que tudo funcionou.