Fazer a crítica de um filme baseado em um personagem dos quadrinhos é sempre complicado. Primeiro temos que nos separar da realidade e lembrar que o personagem foi criado com um intuito, uma missão e que seu mundo em nada se parece com o nosso. Caso contrário, podemos cair no erro de tentar comparar caráteres e linhas de pensamento que jamais deveriam ser misturados.
O Capitão América é, dos heróis criados pela equipe da Marvel, o mais complicado para se transferir para a telona. Seja pelo seu perfil patriótico-americano, pela falta de superpoderes ou mesmo pelo desafio de criar um roteiro que pudesse costurar sua história em 120 minutos. Essa missão caiu nas mãos do diretor Joe Johnston (de Jurassic Park III e IV, entre outras produções menos brilhantes).
Johnston e os roteiristas Christopher Markus e Stephen McFeely (ambos veteranos de produções Disney) tiveram o trabalho de mostrar como o jovem e franzino Steve Rogers se transforma no Capitão América. Nesse momento vale lembrar que o herói foi criado antes da entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e era um estímulo ao lado civicamente inchado dos americanos, o que se pode notar pelo uniforme criado, onde a bandeira americana ganha destaque. Só essas circunstâncias poderiam explicar porque um jovem faz tanta força para se alistar e ainda aceita participar de um projeto para criar um super-soldado.
Mas e o filme? Bem, como disse no início, o Capitão América é o Vingador mais complicado para vender e a escolha de Chris Evans – o Tocha Humana dos dois (fracos) filmes do Quarteto Fantástico – parece não ter ajudado muito. Não que ele esteja mal na fita, mas nem de longe consegue o resultado de Robert Downey Jr. como Homem de Ferro. Ate mesmo o vilão Caveira Vermelha (Hugo Weaving, da saga Matrix) ficou muito pouco aterrorizador e malvado. O destaque mesmo vai para o veterano Tommy Lee Jones, que vive o coronel Chester Phillips, um dos responsáveis pela criação do herói.
3D perfeito e mocinha sem sal
O filme mistura ação, humor e romance, em doses mais açucaradas que nos outros Vingadores, mas ganha com a ótima utilização da tecnologia 3D. As cenas de combate ganham muito com essa tecnologia e o filme também.
Nem mesmo a presença da bela Hayley Atwell como par do baixinho/franzino Steve Rogers ou do alto/sarado Capitão América. Aliás, difícil saber quais efeitos foram usados em Chris Evans para as duas encarnações do personagem. Atwell não consegue passar emoção, sensualidade ou qualquer tipo de veracidade a sua Peggy Carter.
No fim, o filme serve apenas para explicar o envolvimento de Howard Stark (pai de Tony Stark) com o que viria a se tornar a S.H.I.E.L.D., de Nick Fury, e para preparar terreno para o longa dos Vingadores – previsto para 2012 – e que vai reunir os heróis Marvel em uma grande aventura.
Capitão América – O Primeiro Vingador é um filme menor no universo dos super-heróis Marvel e, apesar de não ser um desastre completo, fica muito longe do melhor produzido nos últimos anos pelo estúdio.
Sem delírios políticos-cinematrográficos, é essa a minha opinião.
P.S.: Sim, há uma cena escondida nos créditos, mas isso é melhor você saber como é lá no cinema.
Laia sobre outros filmes da Marvel: Thor, Homem de Ferro, Homem de Ferro 2,
Opa, boa crítica.
Também fiz uma crítica do filme. Pode conferir aqui:
http://cinelogin.wordpress.com/2011/08/02/cinema-critica-capitao-america/
Ótima! Vamos manter contato.