Uma das maneiras de não cometermos erros é saber quais já foram cometidos, para não repeti-los. Em 2005 o NYT tentou cobrar pelo seu conteúdo e, por conta da grande queda que tiveram no número de acessos, voltaram atrás. Agora, retornam com o projeto, levando em conta que são outros tempos e que vários outros veículos já fazem uso dessa prática.
No Brasil praticamente todos os grandes jornais cobram por parte de seu conteúdo, embora alguns tenham germinado esse projeto por muitos anos antes da sua efetivação, o que deve ter gasto muito dinheiro em salários de pessoas cujo trabalho foi supérfulo. O NYT pode obter sucesso nessa sua segunda tentativa, mas os preços cobrados sugerem que houve uma supervalorização da marca.
Pode ser que me engane, mas acho que ajustes serão feitos em breve no modelo do New York Times.
Abaixo a notícia completa da Reuters.
O jornal “The New York Times” começará a cobrar pelo acesso a parte de seu conteúdo digital, em uma nova tentativa de convencer internautas a pagarem por notícias digitais. Aqueles que não são assinantes terão acesso a 20 artigos de graça por mês. Se quiserem ler mais, terão que pagar.
O jornal anunciou nesta quinta-feira que iniciará a cobrança no Canadá agora e que lançará um modelo similar nos Estados Unidos e globalmente no próximo dia 28. Assinantes da versão impressa do jornal terão acesso gratuito.
A mensalidade para acesso digital ilimitado às notícias é de US$ 15. Por esse valor, os clientes poderão ler o conteúdo no site NYTimes.com e por meio de um aplicativo para smartphones. Quem pagar US$ 20 terá acesso às notícias pelo site e pelo tablet iPad, da Apple. A mensalidade de US$ 35 garante acesso ilimitado pelas três plataformas.
O modelo de cobrança digital adotado pelo “The New York Times” difere um pouco dos utilizados por outras grandes empresas de mídia . Mas muitas têm buscado esse modelo freemium: uma parte do conteúdo gratuita e outra, paga.
Acesso por ferramentas de busca e redes sociais será livre
O “New York Times” afirmou que vai usar o novo serviço de assinaturas da App Store da Apple a partir de 30 de junho.
Quem acessar o conteúdo do NYTimes.com por meio de links postados em ferramentas de busca (como Google e Bing), blogs e redes sociais (como Twitter e Facebook) poderá ler as matérias mesmo que tenha atingido a cota mensal de 20 artigos.
Porém, segundo o “Wall Street Journal” , executivos do veículo afirmaram que negociam com as principais ferramentas de busca para limitar o acesso por meio desses sites. Usuários do Google, por exemplo, poderão ler gratuitamente apenas cinco artigos por dia achados por meio do buscador.
“Nossa decisão de começar a cobrar pelo acesso digital irá resultar em outra fonte de receita, fortalecendo nossa habilidade de continuar a investir em jornalismo e inovação digital”, disse o chairman e publisher do “The New York Times”, Arthur Sulzberger Jr., em comunicado.
Essa é a segunda tentativa do jornal, fundado em 1851 e um dos mais importantes do mundo, a cobrar por conteúdo digital na esperança de diversificar suas receitas.
Em 2005, o “New York Times” começou a cobrar de não assinantes por acesso aos artigos de colunistas como Frank Rich, Maureen Dowd e Thomas Friedman. Mas o modelo foi deixado de lado depois de dois anos com o objetivo de atrair mais acesso para o site.
Em janeiro de 2010, a publicação disse que faria uma nova tentativa com um sistema de pagamento inspirado em veículos como o britânico “Financial Times”. A mudança era prevista para janeiro de 2011, mas atrasou, como um executivo do próprio jornal comentou há algumas semanas em reunião com investidores.
De acordo com a empresa de pesquisa comScore, o NYTimes.com atrai 30 milhões de visitantes únicos por mês, o que lhe garante o primeiro lugar no ranking de tráfego entre versões on-line de veículos impressos. Sua participação de mercado global foi de 3,85% em fevereiro, segundo a Experian Hitwise.