Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança, um prazer – Tácito
Essa é daquelas verdades incontestáveis. Das que confirmam os maus instintos do ser humano. Nada pior que dever algo para alguém, um favor. Melhor manter a raiva, o ódio. Quem disse que quero ser seu amigo?
Mais fácil nunca mais perguntar, citar, pensar, do que lembrar de que pode dever algo, de que alguma parte sua pode não ser só sua. Revidar uma agressão é tarefa rápida, muito planejada e bastante prazerosa.
Olhar para a parede e ver que não existe aquele buraco, assar uma massa longe do fogão, relaxar com uma taça de espumante nas borbulhas quentes. Tudo pode ser um fardo.
Dever um favor é algo que deveríamos ter a permissão de esquecer. Não importa o quanto chovia naquela tarde ou quantos não responderam os nossos chamados.
Ter que retribuir um favor é algo doloroso. Mais doloroso ainda se a retribuição tenha que ser algo que agrade o outro. Melhor sempre pensar que ‘isso que estou fazendo é um favor‘.
Melhor cuidar da aparência, armar um sorriso aberto, subir o tom da voz e rir bem alto, pelo menos enquanto ninguém aparece com uma torta para jogar na cara. Afinal, por que retornar uma ligação, desejar feliz aniversário ou dar os parabéns por alguma conquista, se é mais fácil só pedir favores?
Será que sabemos quando casamos danos?
Sabemos sim, sabemos quando causamos danos, por isso gostamos.
Fiquei fascinada por essa frase de tácito, pois é a mais pura verdade…
Encontramos na vingança o prazer, pois é nesse momento que nos sentimos superior, justiçados. A gratidão nada mais é que um fardo que carregamos pois nos sentimos sempre preso aquele gesto como “um dia terei que retribuir”.
E nos sentimos culpado por não fazê-lo rápido, o que nãoa contece na vingança pois você fica aguardando minunsiosamente, contando os segundos pra se vingar de algo que te fez ruim, podendo deixar os dias mais tristes e sombrios, enquanto podia estar apenas ajudando na contrinuição da felicidade e talvez realização de outra pessoa.
Não somos completamente más, somos apenas egoístas, pois, quem quem vai garantir como será a nossa vida e o fim dela se não somos nós mesmos?
É esse o mundo que vivemos, o egoísmo toma conta de todas as verdades que mesmo preestabelecidas superam nas escolhas. Escolhemos sempre o melhor para nós mesmos, mesmo que o outro tenha que contribuir para isso, estamos sempre buscando ficar “por cima”.
Adorei seu texto. Parabéns!
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