Biografias são sempre interessantes. Autobiografias algumas vezes deixam a desejar. Acabei de ler a de Eric Clapton e fiquei com sentimentos divididos. Se por um lado é bom saber o ponto de vista dele sobre o relacionamento com Patty Harrison-Clapton-Layla–Boyd – que também escreveu um livro sobre a sua (dela) vida – fica uma certa decepção sobre a falta de menção ou apenas um ou poucos parágrafos sobre eventos importantes da carreira do guitarrista.
Como disse, autobiografias são complexas. Elas costumam esconder alguns defeitos de personalidade e/ou decisões questionáveis. No caso de Eric Clapton a coisa piora um pouco. Não poderíamos mesmo esperar muito mais de alguém que passou praticamente duas décadas e meia totalmente afundado em heroína e álcool. A (falta) de memória de Clapton torna o livro recomendado apenas para quem já conhece a carreira do artista e alguns episódios da sua vida.
São detalhes demais sobre momentos e lugares que são importantes apenas na visão da pessoa Clapton enquanto discos e shows que marcaram sua carreira são quase que completamente ignorados. Algumas vezes apenas uma frase é dita sobre um projeto específico e personagens aparecem do nada para ganharem o status de grande amigo ou velho amigo.
Portanto, se você quer conhecer mais sobre a carreira e música do artista Eric Clapton, recomendo o Survivor, de Ray Coleman, uma biografia autorizada e bem mais rica (em inglês).
Agora é partir para a leitura da versão da mulher que inspirou Layla, Wonderful Tonight, Isn‘t it a Pity, Same Old Blues e Behind the Sun, para citar algumas belas canções.