Pandemia e crise do setor aéreo foram algumas das justificativas da Norwegian para a mudança no plano de negócios da empresa. Já não é possível comprar passagens com partidas do Brasil
A oportunidade de fazer viagens para a Europa e a América do Norte por preços reduzidos parece que vai voltar mesmo a ser só um sonho. O último movimento nesta direção é o anúncio da Norwegian de que não vai mais fazer voos de longa distância.
A decisão, revelada nesta quinta (14), segue uma suspensão dos serviços que deveria acabar em abril deste ano. Com isso, a empresa fará uma restruturação focando em voos mais curtos dentro da Europa.
— A nossa rede de transportes de curta distância sempre foi a espinha dorsal da Norwegian e será a base para um futuro e resiliente modelo de negócios— disse o CEO da empresa, Jacob Schram.
O Blog do Feroli foi até o site da Norwegian e verificou que não há mais ofertas para voos com saída ou destino do Brasil.
Ajuda do governo
A empresa também estuda pedir uma ajuda ao governo norueguês por conta das dificuldades enfrentadas com a queda no número de passageiros por conta da COVID-19 e das várias restrições para a movimentação de pessoas entre os países.
A cia. aérea também está tentando conseguir uma quantia de aproximadamente US$ 590 milhões por meio de várias negociações cujus detalhes não foram revelados.
— Tenho o prazer de apresentar um robusto plano de negócios hoje, que vai marcar um novo começo para a companhia. Vamos focar nossas operações na nossa rede de transportes de curta distância, nós esperamos manter os investidores que já estão conosco e novos investidores, atender bem os nossos clientes e ampliar a estrutura da indústria de viagem na Noruega e na Europa — afirmou Schram.
Empregos perdidos
Já em nota, a empresa informou que vai encolher a sua frota para apenas 50 aviões em 2021, com a possibilidade de chegar até 70 aeronaves no fim se 2022.
Com esse encolhimento, a previsão é de que pelo menos 1,1 mil funcionários – na maioria tripulantes – sejam demitidos só no Reino Unido, e que um número que pode ser até três vezes maior seja dispensado em vários outros países onde a empresa atua.
— Nosso foco é reconstruir uma forte e lucrativa Norwegian de uma maneira que possamos manter o máximo de empregos possível. Nós não acreditamos que a demanda por voos low-cost de longa distância venha a se recuperar num futuro próximo e a nossa ideia é desenvolver a nossa rede de voos de curta distância enquanto fazemos o nosso processo de reorganização — explica o executivo.
Se a Norwegian vai conseguir se reerguer e voltar a ser uma das maiores e melhores empresas do setor aéreo de baixo custo ainda é muito cedo para dizer, mas que a possibilidade dos brasileiros de viajar para Londres por menos de R$ 2 mil foi apenas “sonho de uma noite de verão”, isso foi.
Com informações do site Simple Flying
Fotos: Divulgação