Cantora e compositora mistura ritmos e idiomas em seu novo EP, que conta com a participação de Zeca Baleiro
A cantora, compositora e administradora, a sul-mato-grossense Pilar Gomes Moura, de 24 anos, está lançando o seu EP “Confluir”.
Nas suas seis faixas e pouco mais de 25 minutos, ela faz uma junção de gêneros musicais e idiomas bastante interessante. Jazz, soul, ritmos latinos, pop e reggae aparecem em algum momento do trabalho.
— “Confluir” simboliza a união das águas em um corpo só, o oceano. E representa para Pilar como vem sendo esse mergulhar no universo da criação. “O EP faz essa conexão da natureza com o urbano, das minhas influências, das culturas musicais que conheci, e do meu passado com meu eu presente. Tudo que se une para formar esse corpo hoje — conta Pilar.
Mas, esqueça as explicações filosóficas da artista. O EP é um tiro certo na direção de conseguir espaço em várias tribos Dos primeiros acordes de “Feminility” até os últimos de “Van Gogh”, que fecha o disco, há espaço para quase tudo.
Talvez falte um pouco de “peso” na mixagem de algumas faixas, mas isso não tira muito o brilho das gravações de “Elevate Inside” ou “Namastreta”. Fica apenas um gosto de anos 80 que poderia ser evitado com pequenas mudanças no mix final.
E olha que o responsável pela mixagem é Luis Paulo Serafim (vencedor do Latin Grammy). Enfim…
O universo de visão estendida de Pilar
Porém, a faixa que deve ganhar mais destaque é “Favela City” (com a participação de Zeca Baleiro). Uma boa canção, cheia de swing jazzístico, cantada em espanhol e português, mas que não alcança o mesmo nível de “Van Gogh”, por exemplo.
— Minhas composições são um reflexo íntimo da minha pessoa, e de minha percepção do mundo — confessa a cantora.
Bom saber que há gente com uma percepção do mundo tão desenvolvida e ampla como a de Pilar.
Cotação: ***½