Pesquisa mostra que cerca de 36% dos brasileiros utilizaram a prática que, na maioria das vezes, acaba em problema
A crise econômica persistente, o desemprego e a dificuldade em adquirir crédito vêm atrapalhando a vida do brasileiro e o desenvolvimento do país. Porém, a crise também vem afetando um outro aspecto da vida da população: as relações de amizade.
Isso por conta do contínuo hábito de usar o nome de outra pessoa — geralmente amigos e parentes — para compras no comércio e até mesmo para a obtenção de empréstimos.
Muito comum
Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostra que 36% dos consumidores brasileiros fizeram compras utilizando o nome de terceiros nos últimos 12 meses e que o não pagamento dessas compras abalou amizades em 51% das vezes.
Impressionante, também, é saber que o cartão de crédito, que possuem um dos créditos mais caros do país, são os líderes no ranking dos métodos de pagamento mais emprestados pelos brasileiros.
Negar também prejudica relações
Mas o que fazer para se prevenir de perder uma amizade ou azedar uma relação familiar?
Negar ajuda a um parente ou amigo que passa por dificuldades financeiras é uma situação que pode gerar constrangimentos. E no caso de atraso no pagamento da dívida, quem pede o nome emprestado também pode causar transtornos nas finanças de quem empresta, atrapalhando inclusive a relação de amizade entre as duas partes.
Como a maioria das pessoas que fazem uso dessa prática estão entre as de menor renda, jovens e quem já enfrenta alguma restrição de crédito, as chances de calote são enormes.
Em cada 10 pessoas que pediram o nome emprestado para realizar compras parceladas, 30% se encontravam com o limite estourado no cheque especial ou cartão de crédito. Outros 22% não tinham determinadas modalidades de crédito à disposição para uso, 18% estavam com o ‘nome sujo’ e 16% tiveram crédito negado.
Segundo o estudo, as pessoas mais assediadas para emprestar o nome são os pais (28%), os cônjuges (21%), amigos (17%) e irmãos (16%). Ainda de acordo com a pesquisa, 77% dos entrevistados sempre conseguiram o nome emprestado! Isso é espantoso, levando-se em conta os perigos dessa prática.
Uma pergunta: você emprestaria o seu nome? Deixe sua resposta nos comentários.
Acesse a pesquisa na íntegra e a metodologia em: https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas