Enquanto no Brasil a briga é pela cobrança ou gratuidade de mala de bordo, na França aviões começarão a usar o LiFi, uma tecnologia sem fio que utiliza luz para transmitir dados, ainda este ano
A Oledcomm, empresa de tecnologia francesa, anunciou, durante o segundo Congresso Global LiFi, em Paris, nesta semana, que equipará um avião de médio porte com o LiFiMAX — o “Light Fidelity”, tecnologia sem fio que utiliza luz para transmitir dados de alta velocidade.
A Oledcomm e os colaboradores do Latécoère Group, da Université Paul Sabatier e da DGAC, revelaram um produto LiFi projetado para ser executado em aeronaves a uma altura de 30 mil pés. Os planos são usar a tecnologia em voos da Air France e da KLM, em breve.
“O LiFiMax é o resultado de mais de dez anos de pesquisa. Trabalhamos para criar um produto baseado nos novos padrões de comunicação e oferecer às empresas segurança e velocidade sem precedentes na internet sem fio”, disse o presidente da Oledcomm, Benjamin Azoulay, em comunicado.
Criado a partir da tecnologia LiFiMax — que a Oledcomm anunciou no início deste ano durante a Consumer Electronics Show (CES) — o dispositivo pode entregar velocidades de até 100Mbps por assento. Uma melhoria em relação à taxa máxima do padrão LiFi anterior, que era de 23Mbps.
Um representante da Oledcomm disse que o LiFiMAX deve estar disponível nos voos da Air France até o fim do ano.
Será possível reproduzir vídeos 4k nos aviões
Se as velocidades prometidas da Oledcomm forem verdadeiras, o LiFiMAX permitirá que os passageiros reproduzam vídeos em 4K, videogames, conteúdos em realidade aumentada nos aviões.
“O LiFi é ideal para a indústria aeroespacial e permite mostrar que não estamos mais no estágio de pesquisa, mas que já estamos criando aplicativos de negócios de alto valor agregado”, informou Azoulay.
Essas altas velocidades para a internet a bordo são inéditas. Atualmente, o WiFi mais rápido disponível nas companhias aéreas domésticas nos EUA está em torno de 15 Mbps, com um com suporte para até 16 conexões simultâneas e alcance máximo de 92 mil pés.
Ao contrário do WiFi, o LiFi usa transmissão de luz em vez de ondas eletromagnéticas para transmissão de dados.
Dessa forma, tende a funcionar melhor em ambientes altamente densos, devido à menor interferência da luz. Alguns argumentam que o LiFi é mais seguro que o WiFi ou o Bluetooth porque a luz não consegue penetrar paredes. Mas há desvantagens notáveis, como o alcance muito mais curto.
A Oledcomm tembém planeja levar o LiFiMax para casas e escritórios ainda 2019. Um único pacote, que inclui um transmissor e um receptor, custará aos usuários US$ 900 (R$ 3.453).