“Dark Phoenix” entra em cartaz no circuito nacional nesta sexta-feira, 7 de junho, e praticamente encerra a saga mutante assinada pela Fox — “Novos mutantes”, previsto para 2020, já deve ter um dedo da Disney. Confira o que achamos do filme!
“Dark Phoenix”, que entra em cartaz no circuito nacional nesta sexta-feira, 7 de junho, é essencialmente o canto do cisne da longa série de filmes dos mutantes da Marvel. A franquia existe há quase duas décadas — desde o lançamento de “X-Men” (Bryan Singer), em 2000. E agora, com a recente finalização do acordo Disney-Fox, os mutantes devem, finalmente se juntar ao MCU “de verdade”.
O filme tem a tarefa de concluir a história iniciada em “X-Men: First Class” e dar à saga da Fênix Negra uma adaptação melhor que a de “X-Men: The Last Stand” (2006). Para tanto, o longa traz o produtor e roteirista Simon Kinberg fazendo sua estréia como diretor.
Impossível saber como, exatamente, e se a negociação entre a Fox e a Disney afetou “Dark Phoenix”. Mas a dura verdade é que o longa oferece um final insatisfatório para a franquia X-Men, com um enredo que não é dirigido à personagem principal. E, tampouco, é bem desenvolvido.
Embora os fãs de X-Men ainda consigam encontrar algum divertimento em “Dark Phoenix”, fato é que este não é um filme de super-herói imperdível. Acaba sendo um grande desperdício de talentos, já que não aponta claramente novos caminhos, nem se baseia efetivamente no que veio antes — deixando à despedida dos filmes X-Men da Fox um sabor amargo.
O que esperar de ‘Dark Phoenix’
Os mutantes, enfim, convivem pacificamente com os humanos. A equipe X-Men, liderada por Charles Xavier (James McAvoy), é formada por Mística (Jennifer Lawrence), Fera (Nicholas Hoult), Jean Grey (Sophie Turner), Ciclope (Tye Sheridan), Tempestade (Alexandra Shipp ), Noturno (Kodi Smit-McPhee) e Quicksilver (Evan Peters).
Convocados para atuar em uma missão espacial, Jean é atingida por algum tipo de força cósmica que parece ser uma explosão solar — a fonte da Força Fênix. Embora consiga sobreviver, seus poderes já incríveis são amplificados e surge uma dificuldade em controlá-los. Assista ao trailer!
Mas “Dark Phoenix” falha em estabelecer a força fênix. E também não desenvolve o fio da relação tênue entre humanos e mutantes — tema recorrente em filmes de X-Men. Esses elementos tornados secundários e personagens de apoio subaproveitados seriam compreensíveis se “Dark Phoenix” desse a Jean
Grey uma história épica — mas isso não acontece.
A mecânica de como os poderes de Jean funcionam ou como a Força Fênix os afeta não é explicada o suficiente para que suas ações façam sentido. Turner e o belo elenco fazem o que podem. Mas o roteiro fraco deixa Jean Grey, em última análise, como uma personagem confusa, cujas ações e motivações fazem pouco sentido.
Franquia mais inconsistente do MCU
Com o domínio e a popularidade do MCU, os X-Men tiveram de lutar pelo mercado que ajudaram a inaugurar. A franquia tropeçou várias vezes, apesar de manter um forte elenco. Embora tenha começado em 2000, só houve 12 filmes X-Men produzidos pela Fox (“Novos Mutantes”, previsto para 2020, deve fechar a conta em 13 longas) — contra 22 da franquia Vingadores, iniciada em 2008.
A Fox pode ter feito menos filmes X-Men, mas a Marvel Studios mantém um nível de qualidade muito mais alto nas suas produções. O que recompensa consistentemente as expectativas dos fãs. “X-Men: Apocalypse” até continha uma piada interna — de que o terceiro filme é sempre o pior — que acabou virando um meta-comentário sobre si mesmo.
Talvez isso demonstre esse nível infeliz de consistência da franquia X-Men da Fox. A nova safra de X-Men terá de superar a sombra dos X-Men da Fox e as histórias, personagens e momentos inesquecíveis que eles deixaram para trás. O erro pode ter sido concentrar esforços em apenas três personagens — Wolverine, Professor X e Magneto — tendo negligenciado heróis populares como Tempestade, Noturno, Jubilee e Psylocke.
Algo que torcemos para que Marvel Studios vá remediar. Afinal de contas, foram os mutantes que abriram caminho para o MCU e para a era de ouro dos filmes de super-heróis modernos.