Atualizada em 12 de maio com lançamentos de Sunnery James, Selena Gomez, Roger Daltrey, Julia Michaelis, Beach Boys
Assim como o vinho, música boa é aquela da qual você gosta. Não importa a idade ou a grife, o importante é agradar ao paladar. Muitas vezes você até pode reconhecer alguma qualidade em algo que você não goste, mas isso não quer dizer que você precisa consumir determinada música.
Uma discussão recente sobre a qualidade da música produzida nos dias de hoje – onde os mais velhos reclamavam da pouca criatividade e os mais jovens diziam que isso é papo de velho, como sempre – me fez lembrar de uma pesquisa divulgada há alguns anos, que diz que as pessoas deixam de buscar por músicas novas por volta dos 33 anos. Acredito que isso seja uma daquelas meias verdades. É provável que, na média, as pessoas tenham seus gostos consolidados entre os 39 e os 40 anos, mas isso não significa que se perca o interesse pelo novo. O que acontece é que a amplitude do seu conhecimento permite que você seja mais seletivo, até porque você já ouviu a maioria das coisas que muitos jovens acham novidade. Isso acontece em vários aspectos da vida, pois como John Cleese disse uma vez: “rimos menos quando ficamos mais velhos porque já ouvimos a maioria das piadas”.
Claro que o famoso conflito de gerações sempre vai existir e que os mais velhos sempre vão dizer que o bom era no tempo deles. Sei que a geração de hoje sofre com comparações que são bastante desfavoráveis, já que a qualidade dos artistas das décadas de 50, 60, 70 e 80 é/era muito alta e hoje alguns expoentes já iniciam suas carreiras de sucesso baseados em plágios (vide o exemplo de Sam Smith) e vão precisar de tempo para provar que não foram simples meteoros. Outro ponto que deixa os artistas da atualidade em desvantagem é o panorama da indústria musical. Nunca mais vão haver vendas de milhões de discos para medir o sucesso e popularidade de um músico. Agora, são downloads e streamings que definem o sucesso. Infelizmente, essas modalidades de consumo musical têm menos qualidade sonora e, normalmente, são baseadas em canções e não em obras (álbuns) completas.
Sempre existirão talentos verdadeiros (Adele, por exemplo), mas também teremos muita coisa de gosto duvidoso por aí. O que realmente importa é que tenhamos – em algum nível – a mente aberta para o novo, mesmo que seja para chegar a conclusão de que ele é um lixo. Pensando nisso, criei a playlist do blog, na qual sempre haverá, pelo menos, cinco lançamentos, que serão atualizados semanalmente, de acordo com o que estiver chegando ao mercado brasileiro. Obviamente a playlist terá, na sua maioria, músicas que considero boas e lançamentos que podem ser (e muitas vezes serão) relançamentos. Você poderá encontrar quase todos os ritmos lá (rock, pop, MPB, samba, blues, choro, etc), mas aviso que algumas vertentes musicais estarão de fora por não se encaixarem no mínimo de padrão de qualidade exigidos por mim. Sendo assim, sertanejo universitário, funk, ruído baiano e outras manifestações que alguns insistem em chamar de música jamais farão parte de qualquer seleção musical feita para este blog.
Espero que vocês tenham a mente aberta e gostem do que vão ouvir. Ah, sugestões são sempre bem-vindas.