A discussão pode parecer velha e sem sentido, mas o retorno do Jornal do Brasil às bancas traz de volta dúvidas sobre a viabilidade ou não do jornalismo impresso. Um estudo, com dados de 2015, realizado pelo Reuters Institute for the Study of Journalism mostrou que 41% dos usuários de internet (de todas as faixas etárias) usam as redes sociais para acessar notícias. Acredito que, mesmo com as recentes mudanças no Facebook e a decisão de alguns meios de comunicação brasileiros de deixarem de promover seus conteúdos nas redes sociais, a tendência desse número é aumentar.
Infelizmente a propagação de fake news e a proliferação de veículos com orientações político-partidárias-econômicas e que não são divulgadas abertamente ao público, provocando direcionamentos de pensamento com o intuito de enganar o leitor. O que poderia ser considerado um avanço – assim como aconteceu com o rádio, que aumentou em muito a sua audiência -, no caso do jornalismo precisa ser analisado com muito mais cuidado e atenção.
A tão propagada crise dos veículos de comunicação parece ser muito mais fruto da incompetência dos setores comerciais de cada empresa, que parecem ter muito mais dificuldade em se adaptar ao novo cenário do que todos os outros departamentos (jornalismo, principalmente). Isso me parece estranho, já que ainda é comum encontrar pessoas mais experientes nas redações do que na captação de recursos.
Ser analógico, hoje em dia, é um pecado mortal e parece que o número de pessoas que não se preocupam em analisar os números da audiência e as tendências que devem ser seguidas em suas respectivas atribuições. Não há nenhuma explicação lógica ara que um veículo de comunicação, em ano de Copa do Mundo e eleições, não consiga arrecadar recursos com publicidade. Recursos suficientes para garantir uma vida longa e próspera. É só colocar as pessoas certas nos lugares certos, seguir algumas regras básicas e lembrar que juventude nem sempre significa modernidade.