O brasileiro já tem um fraco pela pirataria. Imagine o que pode acontecer com crise econômica, falta de dinheiro, emprego e preços altos…
Pessimismo e crise econômica. É isso que mostra os recentes levantamentos feitos pelo Ibope sobre o cenário no Brasil. Com isso, poucos são os setores que não sentiram, ainda, o impacto da situação. No mercado de TV por assinatura, outro ponto, somado à realidade, é motivo de preocupação: o roubo de sinal. O tema foi abordado nesta terça-feira, 28, em encontro com a imprensa promovido pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA). Presidente-executivo da entidade, Oscar Vicente Simões de Oliveira acredita que a condição do país pode incentivar o acesso clandestino à programação fechada.
Na edição de 2015 do congresso, a ABTA vai apresentar a versão atualizada do estudo realizado no ano passado sobre o acesso clandestino à TV paga. Estima-se, de acordo com o executivo, que quase 5 milhões de casas possuem este tipo de conexão atualmente. Em 2014, o número já alcançava 4,2 milhões de domicílios. “Quando a pessoa tem hábito de ter o serviço em casa e, de repente, não pode mais pagar, ela se sente atraída a cair em tentações”, explicou Simões de Oliveira. Ele disse que as mais variadas ofertas facilitam esse tipo de situação e que o crime envolve o mercado internacional e pessoas competentes no esquema.
“O tema é de extrema preocupação para nós da ABTA. Vamos tratar do assunto no congresso deste ano, pois é uma ameaça ao nosso mercado. Esses milhões de usuários piratas poderiam impulsionar o crescimento do setor se fossem assinantes do serviço. Isso nos preocupa demais”, ressaltou o executivo.
Previsto para acontecer no primeiro dia de evento, o painel que fala sobre o furto de sinal terá a participação do deputado federal Nelson Marchezan Filho (PSDB-RS) e de Rubens Hannun, da H2R Consultoria, empresa responsável pelo levantamento, além dos debatedores Marta Ochoa (DirecTV LA), Daniel Ackerman (Departamento de Justiça dos Estados Unidos), Renata Santoyo (Anatel) e André Muller Borges (PLKC Advogados). A conversa será moderada por Antônio Salles Neto, da Seta.
Qual era o cenário em 2014?
No ano passado, o Brasil tinha mais de 22 milhões de domicílios com TVs conectadas ao serviço de conteúdo por assinatura. Do montante, 18,4%, o que representa mais de 4 milhões de casas, tinham conexão à TV paga de maneira clandestina. O levantamento mostrou que, se levar em consideração todos os domicílios com aparelhos de televisão, conectados ou não ao serviço de assinatura de conteúdo, a penetração clandestina era de 6,1% (numa base de 68.373.809).
No interior, o roubo de sinal aparecia de maneira mais agressiva, alcançando 45% das casas conectadas. As áreas metropolitanas registravam 32% dos casos. Segundo a H2R, os clandestinos tinham, praticamente, o mesmo perfil de quem assina. Eram predominantemente de 40 a 50 anos, tinham o mesmo nível de instrução e assistiam a TV com frequência semelhante ao restante da população.
Fonte: Comunique-se