Seguindo o tema viagens, reproduzo um texto de um site de venda de passagens que chega a uma conclusão que nós, viajantes, já sabemos faz tempo: viajar pelo Brasil é muito caro. Achar passagens para Londres e outras cidades da Europa por preços mais baratos que os tickets para Manaus, por exemplo (sem falar em alguns preços absurdos para trechos bem mais curtos), é ridículo. Pagar mais caro para fazer uma refeição no Rio de Janeiro do que em Paris é inaceitável. Por isso, os brasileiros continuam indo para o exterior sempre que podem.
Os problemas são muitos e (acho) que não serão resolvidos em pouco tempo, embora algumas mudanças não sejam tão difíceis de implementar.
Qual a sua opinião sobre o assunto?
Com o dólar por volta dos R$ 3, a maior cotação dos últimos dez anos, para nós viajantes o impacto é imediato. Passagens aéreas, hotéis, aluguel de carro, ingressos – tudo fica mais caro ao planejar uma viagem ao exterior, já que os preços acompanham a moeda americana. Isso sem falar nos custos durante a viagem, como transporte e alimentação.
Ainda assim, para a maioria dos leitores nem a disparada da moeda americana, que leva consigo a maioria das divisas mundo a fora, justifica trocar os destinos internacionais por viagens pelo Brasil. É isso que revela pesquisa realizada pelo Melhores Destinos com 17 mil leitores. O que é mais curioso: o principal motivo para optar pelas viagens a outros países é o custo-benefício, por considerarem as viagens nacionais muito caras.
Exterior em alta
De acordo com o levantamento, 49,1% pretendem continuar viajando para o exterior, mas admitem que terão de reduzir as viagens ou optar por destinos mais baratos. Outros 25,8% afirmaram que o aumento do dólar, apesar de elevar os custos, não vai interferir em seus planos de viagens internacionais. Com isso, praticamente 75% dos entrevistados pretendem continuar viajando para fora do País.
Ainda de acordo com o levantamento, quase 12% dos participantes pretende dar preferência a viagens nacionais e 4,2% afirmaram que a alta do dólar não afetará suas férias, pois já pretendia viajar pelo Brasil. Por fim, 4,77% disseram que deixarão de viajar neste ano por conta da escalada da moeda americana.
Viagens nacionais caras
O MD também perguntou aos leitores o que os faria viajar mais pelo Brasil. Para a esmagadora maioria – 75,24% – o empecilho está nos altos preços de passagens, hospedagem, alimentação e passeios. Pelas respostas, a relação custo-benefício das viagens nacionais é muito ruim, mesmo que se pague mais em outros países devido ao câmbio desfavorável.
Na segunda posição aparecem praticamente empatados outros fatores, como a falta de segurança nos destinos (22,93%), melhor acolhida aos turistas – menos enganação e exploração (21,45%), melhores estradas, aeroportos e opções de voos (20,68%) e melhor estrutura turística nos destinos
(19,92%). Vale destacar que cada leitor podia escolher até três motivos entre a lista apresentada na pesquisa.
Para 13,12% uma subida ainda maior do dólar e do euro seria suficiente para que optasse pelo Brasil como destino de viagem e apenas 6,59% dos mais de 17 mil participantes disseram que já dão preferência a viagens nacionais. Por fim, 1,73% afirmou que não viajaria pelo nosso país de maneira nenhuma.
Considerações
O fator custo/benefício continua a ser o determinante para os leitores do Melhores Destinos na hora de definir suas viagens. Mesmo pagando mais barato, a sensação de ser explorado em destinos nacionais, onde se cobra muito por itens triviais como uma garrafa de água ou um lanche, tira a vontade de viajar por mais destinos brasileiros. Isso sem falar em quartos de hotéis, passeios e restaurantes nas áreas turísticas.
Pagar R$ 5 em uma garra de água por conta de um câmbio desfavorável é visto como uma circustância de viagem, ao passo que o mesmo preço em nosso país é encarado como exploração ao turista, que ainda é visto por muitos brasileiros como alguém de quem se pode cobrar muito mais ao invés de alguém que merece ser bem tratado para que volte outras vezes e traga mais pessoas.
Se o Brasil não investir em capacitação e começar a levar a sério o turismo não conseguirá aumentar os números de viajantes entre os próprios brasileiros e muito menos dos estrangeiros, que ainda enfrentam problemas como dificuldades de comunicação e a nossa imagem de país violento. É uma pena para um país que tem tanto a oferecer ao turista!
Por fim, há a ainda a questão da oferta e da demanda a ser considerada: com mais pessoas “obrigadas” a viajar pelo Brasil pelos custos proibitivos das viagens internacionais, a procura pelos principais destinos tende fazer com que os preços subam também no Brasil.
E o dólar?
Saindo da pesquisa e voltando ao dólar, infelizmente não há uma solução mágica para evitar os estragos da alta da moeda americana. As companhias aéreas têm se esforçado e temos encontrado bons preços de passagens ainda em reais, em boa parte graças ao valor reduzido do petróleo.
Outros itens, como alimentação, transportes e hospedagem durante a viagem, contudo, continuam a sofrer o impacto direto da variação cambial.
A saída pode estar em destinos não atrelados ao dólar ou que estejam enfrentando uma desvalorização de sua moeda frente à americana, assim como o Brasil. Sites como o Numbeo podem ajudar a encontrar lugares mais baratos para viajar.
Euro em baixa
Outra dica interessante é a aproximação de valores entre o dólar e o euro, cotado a R$ 3,20. O novo cenário torna mais interessante as viagens para a Europa, onde a moeda é adotada pelos 18 países da União Europeia.
O euro chegou a custar R$ 2,90 em janeiro, mas retomou o viés de alta, apesar de menos intenso que o do dólar, ainda assim pode ser interessante comparar os valores antes de optar entre Estados Unidos e Europa para as próximas viagens.
Fonte: Melhores Destinos
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