Tomara que fique só por isso mesmo.
A Microsoft anunciou na quinta-feira um plano de reestruturação para integrar as operações da fabricante finlandesa de celulares Nokia, que envolverá a demissão de até 18 mil empregados no próximo ano, dos quais 12,5 mil serão da Nokia. A reestruturação terá um custo entre US$ 1,1 bilhão e US$ 1,6 bilhão durante os próximos quatro trimestres. Fontes próximas à companhia disseram que a subsidiária brasileira será pouco afetada pela mudança.
Uma fonte do mercado familiarizada com a operação no Brasil, disse que o impacto em território brasileiro será mínimo. A Microsoft está desde 1989 no país. A unidade é atualmente uma das dez maiores operações da softwares no mundo, segundo a própria companhia.
A Microsoft anunciou a compra da Nokia em setembro de 2013, por US$ 7,18 bilhões. Desde então, trabalhou no Brasil para integrar os negócios. A aquisição levou a Microsoft a atingir uma receita anual no país de aproximadamente US$ 2 bilhões, mais que o dobro da receita que a gigante de software teria no país sem a Nokia.
Quando anunciou a aquisição, a Microsoft tinha no Brasil 800 funcionários e a Nokia, 2 mil empregados. Atualmente, de acordo com a Microsoft, as operações combinadas somam 1,2 mil funcionários. Parte dos empregados estão na fábrica da Nokia em Manaus, onde são produzidos 17 tipos de aparelhos, entre smartphones e aparelhos mais simples. A Microsoft também mantém no país desde 2011 um acordo com a Flextronics para produzir o videogame Xbox 360 – a Microsoft possui outra unidade fabril do console na China.
Nos últimos anos, a companhia investiu no Brasil para ampliar sua participação de mercado. Em 2011, a Microsoft inaugurou no país um centro de dados para a oferta de serviços pela internet, no modelo conhecido como computação em nuvem. Em 2012, investiu R$ 200 milhões em atividades de pesquisa e desenvolvimento, e apoio a empresas iniciantes.
Procurada, a Microsoft não quis comentar o assunto no Brasil. Informou apenas em comunicado que a reestruturação “reforça os planos da companhia para simplificar operações e alinhar a aquisição do negócio de dispositivos e serviços da Nokia à estratégia global da corporação”.
Bruno Tasco, analista da consultoria Frost & Sullivan, observou que a Microsoft apresentava uma estrutura inchada e a redução de custos ajudará a companhia na competição com Apple e Samsung na área de smartphones.
Fonte: Valor Econômico