Eu reclamo, mas vez ou oura dou voz aos especialistas.
As empresas de telecomunicações estão correndo contra o tempo para garantirem uma infraestrutura eficaz para fornecimento da internet de qualidade durante a Copa do Mundo, evento esportivo global mais aguardado nos últimos anos. Entretanto, especialistas alertam que a transmissão de dados no megaevento pode apresentar falhas. Com base no levantamento da Frost & Sullivan’s e Cisco, a expectativa é que sejam consumidos cerca de 19,2 bilhões de gigabytes (GB) em 2014. O número representa um crescimento de 65,09% do consumo em relação ao ano passado.
O especialista em tecnologia e diretor da empresa Ledcorp, José Lúcio Balbi de Mello, afirma que há possibilidades da internet apresentar falhas ou ficar lenta durante os jogos.
Recentemente, as cinco operadoras móveis – Oi, Vivo, TIM, Claro e Nextel – criaram um consórcio para montarem a infraestrutura dos estádios que receberão os jogos da Copa. Para isso, realizaram um investimento de R$ 200 milhões, abrangendo compra de antenas, cabos e roteadores nos estádios, que devem ficar prontos em abril, com dois meses de antecedência dos jogos. “A preparação pode não ser o suficiente para atender todo o público esperado. A demanda elevada na Copa deverá criar um congestionamento na rede de dados e, consequentemente, falhas na conexão. Para isso não acontecer, é preciso mais investimentos, como o uso de antenas emergenciais nos locais de maior concentração de pessoas”, alerta o especialista.
Ele explica que esses problemas refletem também na falta de organização da Anatel por não ter liberado, com antecedência, uma frequência que não interferisse na implantação do 4G. “As operadoras ainda não possuem estruturas adequadas para oferecerem o serviço de internet com qualidade, o que vale tanto para a internet 3G, quanto para o 4G. Para ser ter uma dimensão dessa falha, a rede 3G disponível no Brasil alcança a velocidade máxima de 7 Mbps, enquanto a internet 4G, utilizada nos EUA, na Ásia e Europa, pode atingir até 100 Mbps. As empresas de telefonia esqueceram que, além de implantarem o 4G, é necessário cuidarem da qualidade dos serviços já prestados. É importante investir no 3G para oferecer o mínimo de qualidade para a conversação e para a voz”, analisa o especialista.
Fonte: Administradores