As alterações no trânsito do Centro do Rio para as obras do Porto Maravilha estão preocupando os comerciantes da cidade. Depois da interdição total do Elevado da Perimetral, ocorrida no último sábado, a partir do dia 1º de fevereiro, a Avenida Rio Branco, entre a Praça Mauá e a Avenida Presidente Vargas, passa a operar apenas no sentido Praça Mauá. Já no dia 8, a Rio Branco, a partir da Presidente Vargas até a Beira-Mar, irá se transformar em uma via de mão-dupla, exclusiva para táxis e ônibus.
Com a proibição de circulação de veículos particulares, incluindo os de carga e descarga, que reabastecem o comércio da região, o presidente do Conselho Empresarial de Comércio de Bens e Serviços da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Aldo Gonçalves, estima que ocorra perda de faturamento nos próximos meses. Segundo Aldo, a prefeitura está realizando mudanças estratégicas no deslocamento dos cariocas sem levar em consideração as necessidades da categoria.
Ainda de acordo com Aldo, na tarde desta sexta-feira (24) ele esteve reunido com representantes da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) para debater como ficarão as operações de carga e descarga no Centro do Rio após as alterações no trânsito. Atualmente, elas são autorizadas somente entre 10h e 17h em toda a cidade, e com proibição de estacionamento em determinadas ruas. Segundo Aldo as entregas deverão passar a ser feitas com a ajuda de carrinhos leves. Com isso, os entregadores terão de percorrer um caminho maior entre o caminhão e o estabelecimento.
“O cenário econômico para o setor comercial na Região Central do Rio em 2014 não é favorável e provavelmente haverá um encarecimento das entregas. Com a proibição de veículos particulares e a precariedade do sistema de transporte público, as pessoas vão evitar se deslocar para o Centro da cidade, prejudicando o faturamento do comércio local”, avaliou Aldo Gonçalves que também preside o Sindicato dos Lojistas do Rio de Janeiro (Sindilojas-Rio) e o Clube de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio).
Aldo Gonçalves ressaltou também outros fatores que vão agravar as perdas no comércio carioca, como a grande quantidade de feriados deste ano, “inclusive alguns que serão criados em dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo”; a elevada carga tributária do setor; o déficit na balança comercial brasileira; e aumento da inflação e da taxa de juros, que está em 10,5% ao ano.
Outras alterações no trânsito
Na sexta-feira (24), começou a valer a proibição de estacionamento em diversas ruas do Centro do Rio, com redução de 1.000 vagas. No domingo (26), seis ruas e avenidas do Centro e Lapa tiveram seus sentidos invertidos.
No dia 8 de fevereiro, o Mergulhão da Praça XV também será fechado. A interdição do Mergulhão é necessária para readequar o traçado atual e incorporá-lo ao do Túnel da Via Expressa. Ele passará a contar com três faixas, como em toda a extensão da Via Expressa. A partir dessa data, os ônibus municipais também terão seus itinerários alterados.
Entre a Presidente Vargas e o Aterro do Flamengo, a faixa central da Avenida Rio Branco será destinada à circulação de táxis no sentido Cinelândia que não terão ponto para embarque e desembarque. As faixas laterais ficarão disponíveis para o tráfego de ônibus: duas no sentido Candelária e as outras duas no sentido contrário (Cinelândia).
Fonte: Associação Comercial do Rio de Janeiro