Neste sábado (2/11/13) termina um capítulo da história paisagística da cidade do Rio de Janeiro, com o fechamento do viaduto da Perimetral. Como suburbano (Vila Isabel), não tenho lembrança da construção e inauguração do viaduto (as rotas para Niterói e para o Centro não passavam por lá) e por isso não tenho sentimentos (positivos ou negativos) sobre a construção, além dos puramente práticos (trânsito, por exemplo). Minha ligação sentimental está muito mais em outro viaduto, muito mais feio e que prejudicou muito mais gente – inclusive com tragédia -, o Paulo de Frontin, na Zona Norte.
Voltando a Perimetral, o que me lembro mesmo é da construção do mergulhão (bem mais recente). Que a ideia de transformar a Zona Portuária em um lugar visitável e agradável é ótima, ninguém discute. Que copiar o Porto Madero é uma decisão acertada, não dá para discordar, mas que fazer isso sem que a cidade tenha um sistema de transportes decente……
Imagino que não vá mais de carro para o Centro nos próximos 3 ou 4 anos, mas também não acredito que possa me locomover de maneira civilizada pela cidade neste período. Uma cidade que possui uma malha metroviária que não merece essa denominação, um sistema de transportes ferroviários que está longe de qualquer padrão mínimo de qualidade, linhas de ônibus que se arrastam em itinerários sobrepostos, dirigidos por motoristas despreparados e em veículos ainda deficientes. E nem vamos falar das barcas, ok?
Portanto, mais do que louvar as mudanças que serão feitas no Porto Maravilha, fica a preocupação sobre como a população vai se locomover. Rodoviária, Praça Mauá, Centro, Cidade do Samba (eca), são locais que terão seu cotidiano modificado, isso sem contar que quem virá da Avenida Brasil ou de Niterói deveria pensar em lotações de helicópteros ou em aprender xadrez, já que as viagens serão muito mais longas.
Enfim, adeus Perimetral. Valeu pelos bons serviços prestados.