Outro dia estava lendo a Revista do Globo, um dos suplementos pelos quais nutro menos simpatia na nossa imprensa, mas… era um daqueles momentos solitários nos quais a gente pega qualquer coisa para ler, e encontrei uma reportagem interessante que falava da mania das pessoas em fotografar e filmar qualquer evento, seja ele um show de rock, um balé ou uma peça de teatro. Havia bons argumentos defendendo e censurando o novo hábito. A discussão corria bem, com fotógrafos defendendo sua profissão e afirmando (com boa dose de razão) que são atrapalhados por pessoas que, na primeira oportunidade, vão apagar os registros, principalmente pela má qualidade da fotografia/filmagem – o que tem de gente que filma e dança ao mesmo tempo é realmente espantoso -, mas o que me deixou sem respirar foi a declaração de uma pessoa cujo título era “criadora do curso de Formação de Plateias“! Peraí….. formação de plateias?
Parei, pensei e resolvi parar de ler por ali mesmo. Fiquei imaginando você sair do trabalho, pegar um ônibus ou um táxi para ir para a sua aula de formação de plateias. Posso estar escrevendo a maior das imbecilidades, mas fiquei pensando em como seria isso. Aprender a sentar da maneira correta? Respirar baixo (caso vá a algum show do João Gilberto) ou até mesmo quando ou não fotografar e filmar. Todas as opções (rasteiras, mas lógicas) me pareceram absurdas demais para levar em consideração em 2013.
Para mim, formação de plateia é preço decente e espetáculo de bom nível. Querer ensinar a um adorador de funk ou samba como se comportar em um campo de golfe ou quadra de tênis (que também são espetáculos) é tão ridículo quanto querer que um torcedor do framengu aprenda como se comportar no Municipal. :p
Bem, esse texto sobre o nada é apenas para mostrar a minha surpresa com o título do curso. Se alguém souber realmente do que se trata, por favor, me informe.