A mensagem de Johnny Marr em seu primeiro trabalho solo

johnnymarrComo guitarrista de uma das principais bandas dos anos 80, os Smiths, Johnny Marr teve papel importante na formação musical de muita gente boa. Quando o grupo se separou, em 1987, Marr era o integrante sobre o qual caiam as principais expectativas. Morrisey, vocalista do grupo, já era barbada como artista solo. Porém, contrariando a lógica, Marr preferiu seguir como músico de estúdio, gravando com gente como os Pretenders, The The, Talking Heads, Beck e Paul McCartney, entre outros.

Só agora, mais de 25 anos depois do fim da banda, Marr lança seu primeiro disco solo – The Messenger (Warner) -, onde a mensagem parece ser: boa música faz bem à saúde. Nas 12 canções do disco não há nenhum protesto, posicionamento político ou revelação espiritual. O que se ouve são canções pop/rock bem construídas e bem tocadas, com um trabalho elegante das guitarras comandadas por Johnny que, apesar de não ser um grande cantor, não compromete. Do apelo pop de Upstarts até as melodias e arranjos que lembram um pouco os Smiths The Crack Up e European Me – Marr percorre o universo de várias bandas inglesas da atualidade, sem medo de precisar parecer moderno ou com receio de ter que fugir das raízes do seu som.

The Messenger pode até ser um lançamento um pouco tardio, mas mostra que Marr não perdeu o toque elegante e criativo que caracterizou todos os seus trabalhos. Um bom disco, de um ótimo guitarrista e um cantor esforçado.


Esse texto também foi publicado no jornal O Fluminense

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