O lançamento do DVD Alma Lírica Brasileira, da cantora Mônica Salmaso, foi a deixa para finalmente conhecer o renovado e rebatizado Teatro Tereza Raquel, chamado agora de Theatro NET. Desde a chegada ao shopping/galeria onde ele está instalado, até o momento do início do espetáculo, foram muitos flashes de memórias de um tempo bem mais inocente, menos atribulado e, com certeza, muito menos quente.
O espaço ficou ótimo e os uniformes e simpatia dos atendentes já deixam uma ótima impressão do teatro, mas foi mesmo o espetáculo que valeu.
Para ouvir ajoelhado e pedindo bis eterno
Que Mônica Salmaso é garantia de qualidade, não é novidade. Porém, a ideia de unir multimídia com uma apresentação ao vivo, dividindo o palco com o astro principal – o DVD – era desafiadora. O público não sabia bem o que esperar e a própria artista “esperava que tudo corresse bem“.
O resultado foi, para alguns, de ser aplaudido de pé, enquanto, para outros, digno de ser ouvido de joelhos e pedindo um bis eterno. Num país afogado pelo aparecimento de uma nova cantora a cada segundo – algumas delas com boa voz, outras nem tanto; umas com atitude, outras com repertório, mas, assim como a personagem de Chico Buarque em Ciranda da Bailarina, a maioria delas não tem!
Mônica levou ao palco do Net uma produção com o mesmo bom gosto tanto do disco como o do DVD. Canções como a já citada Ciranda da Bailarina, Noite (composta por Nelson Ayres, que estava lá, pilotando um piano cheio de harmonias envolventes) e Mortal Loucura (quando fez um espetacular dueto consigo mesma, criando um efeito que superou o registro tanto do DVD quanto o da performance ao vivo. Um típico caso onde a soma de dois é muito mais que três).
Aos que insistem em perder os inícios dos concertos, certos de que o artista vai atrasar, o aviso de que deixaram de presenciar momentos preciosos e divertidos, tirados dos depoimentos de Mônica que estão contidos no bônus de Alma Lírica Brasileira.
Os aplausos que não queriam terminar e nem deixar a artista sair do palco, são a prova de que o espetáculo tem muito potencial (no máximo precisa de um ou dois pequeninos ajustes) e que é uma pena que apenas mais uma apresentação (marcada para 2 de março, em São Paulo) conste do calendário de Salmaso.
Obrigado, por uma terça-feira com um final feliz, Mônica.
Fotos: Jo Nunes e Fernando de Oliveira