O Julgamento do Mensalão ainda não acabou, mas é de impressionar o circo no qual se transformou. Não tenho dados para saber se as questões julgadas anteriormente tiveram esse mesmo clima, mas acho improvável. Os coleguinhas que cobrem o Congresso e os julgamentos no Supremo nunca noticiaram coisa igual, o que me leva a concluir que: ou os honoráveis ministros sempre saíram na porrada em debates acaloradíssimos – fico imaginando como devem ter sidos os sobre a questão das células tronco – ou que saber que as sessões estavam sendo transmitidas ao vivo para todo o Brasil inflou os egos dos excelentíssimos.
Os embates entre o relator e o revisor do processo poderiam até ser pertinentes, caso os dois não exagerassem nas cores, poses e tons das interpelações. Tudo parece saído de um filme da década de 40, onde os gestos precisavam ser exagerados. Isso, só serve para enevoar o que deveria ser um dos momentos históricos do nosso Judiciário, deixando aquela sensação de que o ser humano comum – como são nossos representantes nesse caso – não resiste aos holofotes. Imagina como vai ser (na Copa?) agora que o Barbosão virou presidente!
Para piorar, tivemos, nos últimos dias, decisões que em nada ajudam a imagem da Justiça. As confusões do julgamento do goleiro do Framengo (sim, ele ainda é jogador do clube) Bruno e a soltura do nosso grande Cachoeira soam como piada. De mau-gosto, mas piada.
Juro que tento levar fé nas instituições (não só as brasileiras), mas elas não ajudam.