Trilha sonora da novela traz também três novos registros
Se os remakes podem ser um indício de uma crise de criatividade na dramaturgia brasileira – principalmente nas novelas – a reedição de uma trilha sonora tão rica quanto à de Gabriela (Som Livre) só faz reforçar que esse problema de criatividade não pode ser escondido no campo musical.
Exibida originalmente em 1975, a trilha original mostra-se muito superior aos três novos registros enxertados para engordar e atualizar a nova versão da trama. Afinal, por mais que se esforcem, Babado Novo, Ivete Sangalo e João Bosco, não conseguem manter o nível de canções já clássicas como Modinha para Gabriela (Gal Costa), Guitarra Baiana (Moraes Moreira) ou Porto (MPB-4). Das 18 canções do CD, metade fizeram parte da versão lançada nos anos 70, três (já citadas) são novas e as outras foram colocadas sem um sentido muito claro – Você Não Me Ensinou a Te Esquecer (Caetano Veloso) e Depois Cura (Mart’nália), mas em nada atrapalham o belo painel musical de um momento onde o universo televisivo também servia para impulsionar a criatividade de compositores e intérpretes.
Sempre teremos comparações entre Sônia Braga e a linda Juliana Paes, se o texto setentista era mais inspirado que o de 2012, mas no campo musical há uma goleada entre a produção mais antiga e a mais recente.
Esse texto também foi publicado no jornal O Fluminense