A canadense Alanis Morrissette, que aterrisa em palcos cariocas neste feriado de sete de setembro, também chega ao mercado com Havoc and Bright Lights (Lab 344), seu oitavo disco com canções inéditas. Neste novo trabalho, a amante furiosa dos anos 90 ficou para trás e se transformou na mãe cheia de pensamentos felizes. Mas essa mudança não significa que ela esteja melhor ou pior. Ela está apenas diferente.
Por mais que as letras estejam mais leves, ainda há bastante de introspecção no trabalho de Alanis, que não perdeu a pegada pop que a transformou em uma campeã de vendas em todo o planeta. Com produção de Guy Sigsworth com Joe Chiccarelli o CD vem embalado pelo sucesso do single Guardian e com várias outras canções com potencial para se tornarem hits, como Numb e Edge of Revolution.
Pode até ser que alguns sintam falta do tom mais sombrio e angustiado das composições anteriores da cantora, mas é a tendência natural da vida: evoluir sem perder a sua excência. Afinal, ninguém muda o suficiente.
Com certeza Havoc and Bright Lights poderia ter um pouco menos de elementos eletrônicos e sequenciadores, mas nada que tire a força de números como Woman Down ou da balada ‘til You. O álbum evidencia o momento globalizado vivido pela artista, que flerta com vários ritmos e estilos, sempre mantendo uma coesão musical que dá ao álbum uma identidade própria, cara da nova fase da artista.
Fãs e críticos já deveriam saber que um disco de Alanis nunca é igual ao anterior. Como ponto de convergência há sempre a sua voz e seu faro pop, que não mudaram em nada. Engana-se quem acha que, por serem mais felizes, as novas canções possam soar menos poderosas.
Havoc and Bright Lights é, sem dúvida, o mais acessível CD de uma artista que ainda sabe se fazer relevante, mesmo que já não seja tão rainha da dor.