Quatro em cada dez empresas com dez ou mais funcionários no Brasil ainda não estão na internet. O resultado é um dos obtidos pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) em sua 7ª pesquisa TIC Empresas 2011, conduzida pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br). Os registros foram obtidos a partir de entrevistas com 5,6 mil empresas com dez ou mais funcionários no Brasil.
De acordo com a pesquisa, 60% das empresas possuem um site ou uma simples página na Internet e quase a totalidade dessas companhias (93%) os utiliza para oferecer informações institucionais. Os recursos menos comuns nesses sites são “sistema de pedidos ou reserva/carrinho de compras” (17%) e “pagamento online/completar transação” (12%), o que sugere a existência de um menor percentual de empresas que ofereçam condições para seus clientes finalizarem pedidos de compra de produtos e serviços online.
Praticamente todas as empresas com dez ou mais funcionários possuem computadores e acesso à Internet (99% e 98% respectivamente). Além disso, aumentaram em índices como a posse de rede LAN com fio e sem fio, que alcançaram, respectivamente, 88% e 68% das empresas. Estes são alguns dos resultados
“O cenário econômico brasileiro favorável parece ter contribuído para o crescimento regular da infraestrutura tecnológica das empresas brasileiras”, diz Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br.
A pesquisa revela ainda que o índice de proporção de empresas cujos funcionários têm acesso remoto ao sistema de computadores chegou a 46%.
Impactos de softwares
As atividades que utilizam Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), desde 2005, mais realizadas nas empresas analisadas são “enviar e receber e-mails” (99% delas declararam ter realizado essa atividade em 2011), “buscar informações sobre produtos ou serviços” (92%), e “outras buscas de informação e atividades de pesquisa” (84%).Estagnadas seguem outras, em menor proporção, como monitoramento de mercado (59%), uso de mensagens instantâneas (55%), recrutamento de pessoas (39%). Por fim, o uso de telefone (VoIP) e a vídeo conferência via Internet (24%) e a entrega de produtos online (13%), são realizadas por um pequeno grupo de empresas.
“De acordo com o Information Economy Report 2010, da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), as TICs podem dar origem a atividades que não existiam anteriormente, envolvendo a produção de novos bens ou serviços. Além disso, podem alterar a maneira como as atividades existentes são realizadas, levando a um aumento de receitas, redução de custos, melhora da qualidade e maior agilidade”, ressalta Alexandre Barbosa.
A partir dessa edição da pesquisa, o Cetic.br passou a investigar a introdução e os impactos que softwares novos ou aperfeiçoados trouxeram para as empresas brasileiras. “Apesar de ser a primeira coleta, os resultados encontrados indicam que esse uso tem importante papel para melhorar e tornar mais eficientes os processos empresariais”, afirma Alexandre.
Cerca de um terço das empresas brasileiras introduziu softwares novos ou que passaram por um aperfeiçoamento significativo em sua rotina. Dentre os principais motivos mencionados, o mais citado foi “melhoria de processos e procedimentos internos” (44%). Devido à própria complexidade das empresas médias e grandes, elas foram as que mais adotaram essa prática: essa proporção sobe para 49% e 50%, respectivamente.
O segundo motivo mais citado foi “ganho de produtividade e eficiência” (22%), em terceiro, o “objetivo de atender a demandas de clientes e fornecedores”, com 12%, e em seguida, com 11%, “a introdução se deu devido ao fato do software já ser integrado ao produto da empresa”. “Diferenciação e adaptação à concorrência” foi o principal motivo da introdução do software novo para apenas 8% das empresas e “viabilização de novas atividades e tarefas” para 7% delas. Todos os resultados da pesquisa TIC Empresas estão disponíveis em http://www.cetic.br/.
Fonte: IDG Now