Vamos ver se esse modelo se sustenta. Até hoje ainda há muitas dúvidas sobre como ganhar dinheiro com os sites de notícias. Gênios já ficaram anos trabalhando em grandes empresas apenas pensando nisso. Precisamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Desde a última quinta-feira, 21, a Folha de S. Paulo cobra pelo acesso ao conteúdo online. Chamado de paywall (muro de pagamento poroso, em português), o modelo importado do New York Times foi comentado pela ombudsman do jornal, Suzana Singer. De acordo com ela, o site “precisa melhorar o noticiário para convencer os internautas” a pagarem pelo acesso.
Para a jornalista, a Folha.com precisa oferecer conteúdo de qualidade superior aos outros sites. “Para ler pequenos informes sobre o que aconteceu nas últimas horas, em textos mal-ajambrados, ou para saber das fofocas mais recentes sobre celebridades do ‘mundo B’, ninguém precisa gastar um centavo, há uma oferta enorme de sites e blogs gratuitos na rede”, explicou em sua coluna. Ela considera que, neste momento, o grande desafio é mostrar que um noticiário bem feito “custa caro, mas que vale a pena financiá-lo”.
Segundo a matéria divulgada pelo jornal na semana passada, o modelo deixa o visitante livre para ler, gratuitamente, até 20 textos por mês. Caso o internauta queira ler mais, será solicitado um “breve” cadastro e, assim, ele poderá ler mais 20 reportagens. Se esta cota exceder, o usuário precisará pagar para ler mais notícias. A novidade traz neste início um valor promocional de R$ 1,90 pela assinatura. A partir do segundo mês, o preço passa a ser de R$ 29,90.
O impresso ressalta que o sistema é flexível. Neste modelo, o acesso a algumas partes do site não será contado – como, por exemplo, os cliques na capa e em páginas do projeto Transparência (conjunto de iniciativas do jornal para trazer a público documentos que estão sob a guarda do Estado).
Suzana afirma que, provavelmente, “a expressiva maioria dos visitantes do site da Folha nem vai dar com a cara no ‘muro de cobrança’, porque consome pouquíssima notícia”.
Fonte: Comunique-se