Rita Lee é Rainha (sim, daquelas com R maiúsculo). No último dia 21 ela se apresentou pela primeira vez no Circo Voador e, para surpresa geral, anunciou sua aposentadoria dos palcos. Talvez por estar trabalhando em Niterói e conhecer os atrasos dos shows do Circo ou talvez por já ter visto esse show algumas vezes, a preguiça me venceu e deixei de ir vê-la. Vacilo total.
Como disse o mestre Jamari França, “já que era primeira vez no Circo não podia faltar”. Eu faltei.
Rita sedimentou o rock no Brasil, seja com os Mutantes ou com a sua carreira solo. Ando Meio Desligado, Meu Refrigerador Não Funciona, Balada do Louco, Ovelha Negra, Papai Me Empresta o Carro, são canções que ficarão para sempre na memória de gerações de rockeiros brasileiros. Até mesmo o plágio dos Doobie Brothers em Lança Perfume é esquecido e perdoado.
O humor escrachado dessa paulista a fez ganhar o título de Cidadã Carioca que, mesmo sendo ela um símbolo de São Paulo, faz jus ao amor rockeiro que é recíproco – quem já viu os DVDs lançados pela Biscoito Fino sobre a carreira da artista sabe do que estou falando.
Como jornalista só a entrevistei uma vez, o que gerou uma boa manchete – mal aproveitada pelo veículo em questão, mas eternizada no site oficial da Rainha -, deixando aquele gostinho de dever cumprido (leia críticas de shows publicada aqui no F(r)ases: Rita Lee Etc -Vivo Rio 18/9/10 e Rita Lee Vivo Rio 16/1/10.
Vida longa para essa senhora de 64 (não, não são 67) anos.
Ave Rita!
Foto: Sergio Luiz