O presidente da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz, anunciou nesta segunda-feira que o grupo inglês Penguin, a maior editora do planeta, parte do grupo editorial Pearson, comprou 45% da Companhia das Letras. Sem falar em valores, Schwarcz informou que uma holding específica será criada para abrigar o negócio. Na nova empresa, que ainda não tem nome, o grupo Penguin terá 45% das ações. O controle – 55% do capital – ficará nas mãos das famílias Schwarcz (37%) e Moreira Salles (18%). Os antigos pequenos sócios que trabalham como executivos – a diretora-editorial Maria Emilia Bender, a diretora de produção, Elisa Borges e o diretor-administrativo Sergio Windholtz – venderam suas participações para Schwarcz e Moreira Salles, mas permanecem como diretores na editora brasileira.
– Com o negócio, temos uma excelente oportunidade para crescer ainda mais no Brasil, o único país dos BRICS onde não tínhamos operações – disse John Makinson, presidente do grupo Penguin e responsável pelas operações internacionais da editora.
– Esta associação com o maior e melhor grupo editorial do mundo não mudará no dia-a-dia da Companhia das Letras em termos de decisões editoriais, mas a parceria nos ajuda em duas áreas que entendemos como estratégicas para o futuro da editora: a área educacional e a conversão para o mundo digital – diz Schwarcz.
Hoje, as vendas de livros digitais representam uma fatia pequena no faturamento da editora, ainda que o formato esteja em pleno crescimento. Segundo Matinas Suzuki, executivo da Companhia, as vendas de “As esganadas”, novo livro de Jô Soares e segundo livro mais vendido pela editora, chegaram a 4% em formato digital, quando a média histórica é algo como 1%. Mas as vendas do atual best-seller da empresa, a biografia de Steve Jobs, alcançam 40% em formato digital.
– Entendemos que a Companhia das Letras alcançou o seu objetivo de ser uma editora brasileira de qualidade em todos os sentidos ao completar seus 25 anos. – diz Fernando Moreira Sallles, sócio da editora. – Mas nós vislumbramos grandes oportunidades de crescimento tanto na área de educação quanto na área digital que ganham um enorme reforço com a entrada da Penguin.
O grupo Penguin USA, o braço da empresa nos EUA, é hoje considerada a maior e mais ativa editora de livros no formato digital do mundo, equanto a Person é o maior conglomerado editoria especializado em livros educacionais do planeta.
As conversas para a compra da Companhia das Letras pela Penguin começaram ano passado por iniciativa do próprio John Makinson, contou Schwarcz. As duas empresas havia formalizado uma associação em setembro de 2009.
Fonte: O Globo