Sem pisar no Brasil desde 1996, a dupla, sucesso dos anos 80, volta em uma miniturnê que passa neste sábado pelo Rio de Janeiro, com show no Citibank Hall
O Tears for Fears volta ao Brasil depois de 15 anos. A dupla formada por Roland Orzabal (vocal e guitarra) e Curt Smith (vocal e baixo) já passou pelo País em 1996 e no falecido Hollywood Rock, em 1990, quando se apresentaram na Praça da Apoteose como um dos principais atos musicais do mundo.
Depois de muitos sucessos, brigas e separação, o duo chega para uma miniturnê no País, com show no Rio de Janeiro, amanhã, no Citibank Hall, e apresentações em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Brasília.
Os fãs não vão se decepcionar com o show. Talvez pensando em uma nova separação, Orzabal e Smith optaram por um setlist recheado de sucessos e canções que vão fazer com que todos cantem com eles, sem o perigo de momentos de desinteresse durante a apresentação, que deve durar pouco mais de 1h20. Lá estarão Shout, Everybody Wants to Rule the World, Woman in Chains, Advice for the Young at Heart, Sowing the Seeds of Love e Mad World, entre outras.
O grupo – que tem apenas seis álbuns de estúdio (sendo que só quatro contam com os dois fundadores) e mais de 30 milhões de discos vendidos – foi formado no início dos anos 80 e logo com o seu primeiro álbum (The Hurting) emplacou três músicas no top 10 das paradas britânicas: Mad World, Pale Shelter e Change. Com seu som cheio de influência dos Beatles e do pop chiclete da melhor qualidade, só se ouvia Tears for Fears no rádio.
O segundo álbum (Songs Fom the Big Chair) alavancou Orzabal e Smith ao megassucesso. Canções como Shout, Everybody Wants to Rule the World e Head Over Hills foram hits em quase todo o planeta. Infelizmente, o sucesso comercial também ajudou a aumentar as diferenças musicais entre os dois amigos.
No fim da década o álbum Sowing the Seeds of Love já foi lançado com um clima pesado entre os dois integrantes. Mesmo assim, o single The Seeds of Love, com um clipe cheio de imagens psicodélicas, bem no clima anos 60 da canção, estourou em todo o mundo. A separação aconteceu e, durante dez anos, lançou um disco solo de pouco êxito enquanto Orzabal continuou usando o nome Tears for Fears para o seu trabalho solo. Dois discos foram produzidos (Elemental e Raoul and Kings of Spain) sem nenhum momento memorável.
Em 2000, veio o anúncio de que a separação tinha chegado ao fim e que Orzabal e Smith estavam trabalhando em um novo projeto. Everybody Loves a Happy Ending, lançado em 2004 e influenciado nas melodias criadas pelo ex-Beatle Paul McCartney, fez um sucesso razoável nos Estados Unidos e Inglaterra e acabou revivendo a carreira de shows da dupla.
No Brasil, o Tears for Fears ainda é bastante executado e deve lotar o Citibank Hall de velhos fãs do bom pop dos anos 80. Para quem viu nomes bem menos competentes e de peso passarem pelo Rock in Rio, fica a certeza de que o Tears for Fears não faria feio na Cidade do Rock.
Texto originalmente publicado no jornal O Fluminense