Queen, Queen II, Sheer Heart Attack, A Night At The Opera e A Day At The Races
Todos os discos lançados pelo Queen (com Freddie Mercury) estão sendo relançados desde início do ano pela Universal e chegando ao mercado em edições duplas, sempre com um EP com canções bônus que vão desde outtakes, ensaios até canções inéditas e versões ao vivo.
Até mesmo as duas coletâneas da banda ganharam sua versão com som melhorado. Mas o que conta mesmo são os discos de carreira. A primeira leva de lançamentos aconteceu em março e incluía os 5 primeiros álbuns lançados pela banda – Queen, Queen II, Sheer Heart Attack, A Night At The Opera e A Day At The Races.
A recente febre de remasterizações mostra que os executivos das gravadoras e os artistas finalmente se alinharam ao gosto do público, deixando para trás os tempos nos quais o ideal era remixar tudo e criar novas obras a partir de trabalhos já consolidados. Agora, pega-se os tapes originais, usa-se um pouco de noise reduction e dá-se brilho ao que já fora maltratado em edições anteriores: o som.
No caso do Queen, onde backings e baixo têm tanta importância quando as guitarras e a voz de Freddie Mercury, o tratamento dado aos primeiros discos fez quase um milagre. Tudo soa claro, cristalino e sem qualquer sinal de distorção.
Queen (1973) – O debut do Queen – com um disco com o mesmo nome da banda – está longe de ser um clássico. Em 1973 o Queen ainda procurava o seu som e ainda se ajustava a presença de John Deacon, que viria a se transformar em peça fundamental na construção do som e do sucesso do grupo. Keep Yourself Alive, Liar e Seven Seas of Rhye estão entre as preferidas dos fãs e faziam parte dos primeiros concertos da banda. Mas nada de impressionar.
O material extra – demos que o grupo apresentava para as gravadoras em busca de um contrato – mostra algum potencial, mas também ajudam a entender o porquê de tantas negativas.
Queen II (1974) – Mais pesado que o disco de estreia, mas ainda longe do glamour operístico dos grandes momentos de glória, Queen II nunca esteve entre os meus favoritos, mas a versão de Seven Seas of Rhye lançada aqui é extremamente superior ao take do disco anterior.
O EP bônus traz duas versões de See What a Fool I’ve Been e uma instrumental de Seven Seas como destaques.
Sheer Heart Attack (1974) – Produto de uma época no qual os artistas não viam problemas em lançar dois discos e vários singles no mesmo ano, Sheer Heart Attack é mais um avanço na identidade musical do Queen, que se preparava para grandes mudanças e para ser catapultado ao sucesso. O disco produziu bons singles (Killer Queen, Now I’m Here) e favoritas do palco (In the Lap of the Gods… Revisited). Um disco muito mais próximo do que viria a ser considerado som do Queen.
Infelizmente os bônus incluídos nessa edição (faixas ao vivo e gravações na BBC), não acrescentam muito ao pacote.
A Night at the Opera (1975) – Para muitos o grande disco do Queen. Com um título inspirado em um filme dos Irmãos Marx, o álbum dá realmente um grande salto de qualidade em relação aos trabalhos prévios da banda. É neste disco que encontramos os clássicos You’re My Best Friend, ’39, Love of My Life e Bohemian Rhapsody. Como nos outros discos da série, o som é simplesmente fantástico e vale ser conferido. Nunca a voz de Freddie esteve tão clara, porém a falta de informações sobre a gravação do disco e a pobreza das faixas extras (remixes, versões ao vivo e uma versão a cappella de Bohemian Rhapsody) é de uma pobreza constrangedora, comprometendo o conjunto da obra. Somente a versão de Keep Yourself Alive vale o trabalho de ouvir o segundo CD.
O disco foi o primeiro a chegar ao topo das paradas inglesas, embora só tenha chegado em 4º na Billboard. Bohemian Rhapsody fez sucesso nos dois lados do Atlântico, solidificando o sucesso do Queen, que só aumentaria nos anos seguintes.
A Day at the Races (1976) – Outro título retirado de um filme dos Irmãos Marx. Outro blockbuster recheado de canções que se tornariam clássicos. Canções como Somebody to Love e Tie Your Mother Down, fizeram com que o disco liderasse as paradas inglesas e fosse bem na americana. Embora não tão coeso quanto A Night at the Opera, o álbum ainda trazia muita música de qualidade como You Take My Breath Away e Good Old-Fashioned Lover Boy, deixando claro que o Queen não era apenas uma banda de bons singles.
Novamente o material do EP extra é desprezível.
To be continued…