Presente em 10 entre 10 ônibus nas décadas de 70 e 80, a frase é um ícone da cultura da classe média carioca. Ela é do tempo no qual o motorista apenas dirigia, os trocadores cobravam as tarifas e distribuíam fichas coloridas aos passageiros, que viajavam, calmos, tranqüilos, conversando apenas com pessoas conhecidas, praticamente obedecendo ao espírito da frase citada.
Não conheço ninguém que já não tenha tido vontade de pregar uma placa com os mesmos dizeres perto do seu local de trabalho, carro ou assento em transporte público. Isso evitaria – em tese – a aproximação de pessoas carentes, inconvenientes e mal-educadas. Claro que há o recurso dos fones de ouvido, que seria totalmente dispensável caso as pessoas tivessem um mínimo de educação e respeitassem o direito de se querer ficar em paz.
Falar somente o indispensável evita atritos, intimidade não desejada e até mesmo previne grosserias que possam acontecer com os mais animadinhos. Todos sabemos que tem gente que mesmo tentando se controlar, não consegue.
Infelizmente não existe uma feição, uma expressão, um gesto que possa claramente indicar que estamos com o Fale ao motorista somente o indispensável em Mode On. É preciso um tiquinho de observação, de apuração, o que é exceção em um mundo repleto de medíocres.