Loucura não tem padrão

A tragédia ocorrida em Realengo, onde pelo menos 12 crianças morreram, é daqueles eventos que desafiam a nossa compreensão e sanidade. Claro que todos nós – principalmente as famílias das vítimas – gostaria de ter uma explicação lógica para acontecido e até mesmo alguém para culpar, seja ele o sistema de segurança, os políticos, a venda de armas ou qualquer outra razão. Infelizmente, não creio que seja possível determinar razões ou culpados, por mais que isso possa ser dolorido. Nosso modo de pensar – nós, os considerados sãos – é diferente dos loucos (ponto).

Também não adianta pensar em transformar nossas escolas em bunkers ou em reprimir a venda de armas legais. Aliás, quem diz que a venda de armas é um problema, nunca tentou comprar uma. A burocracia é tão grande, que só mesmo quem tem boas intenções se submete a ela. Insinuar que no Brasil a facilidade é a mesma dos Estados Unidos, por exemplo, onde se pode comprar um revólver praticamente da mesma forma que se compra uma Coca-Cola, é uma imbecilidade. Importante é reprimir o tráfico de armas, impedir a venda ilegal ou o desvio de material oficial.

Toda a comoção e todas as homenagens prestadas aos jovens são mais que justas. Ninguém que tenha vivido esse dia 7 de abril de 2011 conseguiu terminar bem o dia. Até mesmo os mais ácidos críticos políticos e pessoais souberam admitir que a rápida ação do estado e da prefeitura foram importantes para tentar minimizar (se é que isso fosse possível) o sofrimento de todos. Assistentes sociais e psicólogos prestam apoio às famílias, vítimas e aos alunos que presenciaram a barbárie.

Um amigo pergunta: “Onde estão as organizações de Direitos Humanos?”. Resposta: Não sei. Essas ONGs parecem sempre brotar quando algum bandido é ferido ou precisa de ajuda. A mesma presteza não vemos quando há apenas inocentes envolvidos.

No fim, ficamos todos com uma grande tristeza no coração e torcendo para que eventos como esse não se repitam. Que nossas escolas e lanchonetes continuem sendo locais de lazer.

One Reply to “Loucura não tem padrão”

  1. Perguntei-me a mesma coisa e também considerei o seguinte: O que os Direitos Humanos diriam se um policial tivesse matado o louco? Certamente repudiariam o ato, contudo um indíviduo como aquele só deixa de representar perigo à sociedade quando morto e, caso houvesse sido necessário matá-lo, acho que o policial responsável deveria ser um herói.

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