Num ano onde o Rio já recebeu Johnny Winter e B. B. King, os cariocas tiveram a chance de assistir a mais um guitar hero: Peter Frampton. O inglês, ex-garoto prodígio do Humble Pie (banda de rock dos anos 60), abriu sua turnê brasileira neste sábado (11), na Arena HSBC, na zona oeste do Rio de Janeiro.
A noite era para relembrar slogans, comerciais e cabeleiras. Frampton mantém os dedos em forma porém, os cabelos….quanta diferença. A música do guitarrista e cantor é daquelas do tempo no qual comerciais de cigarro ainda eram veiculados na TV. Fumar faz mal, mas as canções faziam bem.
Pena que a plateia contasse com poucos jovens – daqueles que acham que guitar hero é só o nome de um game. O show, que teve preços menos abusivos do que os cobrados na apresentação de Lionel Richie, mas estavam longe de serem populares (o mais barato custava R$ 140), foi montado em uma Arena com uma configuração bem mais modesta que as de outros shows. O palco foi montado praticamente no meio da quadra.
Frampton, que tocou canções do novo disco (Thank You Mr. Churchill), temas instrumentais do álbum Fingerprints (ganhador do Grammy) e, claro, os sucessos do disco que o catapultou para o estrelato (Frampton Comes Alive), deixou claro que mesmo depois de décadas esmerilhando trastes e cordas, ainda sabe fazer inspirados solos.
O inglês usou várias guitarras (a maioria Gibsons) e o seu tradicional Framptone – aparelho responsável pelo som característico de solos como Show Me The Way. Acompanhado por Rob Arthur (teclados, guitarra e backing vocal) e John Regan (baixo), Adam Lester (guitarra) e Dan Wojciechowski (bateria), Peter Kenneth Frampton mostrou, do primeiro acorde do show, até a última nota de Breaking All the Rules, que seu talento continua intacto. O sessentão se esforçou em divertir a plateia, que cantou junto com ele canções como Baby I Love Your Way, Show Me The Way e Do You Feel Like We Do. Ele também ensaiou frases em português e prometeu voltar em breve.
Teve gente que ainda sentiu falta de músicas como I’m in You e covers como Jumpin’ Jack Flash, mas elas podem ter sido cortadas durante o show, já que ficou claro que houve mudanças não programadas no setlist, causadas, talvez, pela pouca presença de público, já que a promessa era de um show longo e que acabaou não durando mais que 1h45.
Para os amantes de Gibsons, Les Pauls e afins o ano ainda não acabou. Jeff Beck, outra lenda da guitarra, desembarca em novembro no país. Bons solos para todos nós.
Fotos: Fernando de Oliveira e Jo Nunes.
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