O segundo dia do Festival de Jazz & Blues de Rio das Ostras começou com tempo nublado, nuvens ameaçadoras e um show de André Cristhovam na praça da praia de Iriry. Com sua mistura de blues e música instrumental, Cristhovam animava a platéia quando o inevitável temporal caiu, deixando muita gente ensopada. Mesmo assim, ninguém arredou o pé, sendo recompensados com uma canja do gaitista Jefferson Gonçalves. Valeu ficar até o fim.
A chuva não deu trégua durante a apresentação de Joey Calderazo e seu quarteto. O palco montado na pedra quase dentro do mar da praia da Tartaruga, que precisou ter um trecho isolado, por causa da força das ondas. Os corajosos que se aventuraram no frio e chuva viram o pianista, ganhador de um Grammy, fazer solos inspirados, apesar da água que insistia em cair sobre seu instrumento. Um show épico.
Noite consagra bons baixistas e Stanley Jordan
A noite no palco principal do festival foi variada, embora, como a maioria das atrações do evento, mais puxada para o jazz do que para o blues. A primeira atração, os mineiros do Plataforma C, começaram o set com Isn’t She Lovely, sucesso de Steve Wonder, passou por vários standards do jazz e até mesmo por Beatles (Eleanor Rigby). Os arranjos buscavam valorizar cada um dos instrumentistas, com espaço para solos, mas, por vezes, soavam familiares. Na sequencia, subiu ao palco da Costa Azul o trompetista Raul de Souza e sua banda. O destaque, além do mestre, foi Oswaldo Amorim, contrabaixista da banda, que mostrou técnica, inspiração, suingue e transpiração. Tudo em doses perfeitas para acompanhar os solos de Raul. O artista foi primeiro a receber uma grande ovação do público, apesar da chuva que voltou a cair em Rio das Ostras.
A chuva, que não deu muita trégua durante todos os shows de quarta, seguia firme quando The Michael Landau Group começou a se apresentar. O guitarrista fez uma apresentação inconsistente. Apesar da ótima técnica e das boas companhias (Gary Novak, na bateria, e Andy Hess, no baixo), a escolha do repertório não combinou muito com a chuva. A mistura de blues e temas mais jazzísicos não conseguiu entusiasmar quem sofria com São Pedro. Alguns números, como Worried Life Blues, foram certeiros, mas faltou sequência, como constatou Adriano Costa Almeida, empresário que saiu do Rio para ver o festival.
– Michael Landau toca muito, mas ele devia tocar coisas mais animadas. A gente precisava esquecer que estava molhado.
Continua