O ano é 2002, lembro de um ex-companheiro de trabalho que estava sempre impecável, sempre vestindo roupas quentes para o verão carioca (e para o inverno, primavera e outono também). Era ele sempre o escolhido para receber as pautas e fazer as entrevistas. Era o escolhido da primeira vez. Depois, queriam distância dele.
Era muito visual para pouco conteúdo. Muitos sorrisos para muito pouco conhecimento e inspiração. A emboscada só era descoberta depois, quando a besteira já estava feita e era preciso recorrer aos menos vaidosos.
Ainda em 2002, um pretenso coleguinha vira e diz: “Acho que sempre que formos para um evento devemos usar terno e gravata”. Lembro que comecei a desenhar coisas sem nexo em uma folha de papel e a pensar no que fazer no fim de semana (era uma segunda-feira).
Pulamos para 2007 e a cena praticamente se repete. Pessoa arrumadinha, sorridente, burra de doer, mas socialmente agradável. Muita pose, muita logorréia e nada de pensamento lógico.
Mulheres são lindas, não importa se usando uma roupa de marca ou um par de Havaianas. Tudo depende. Sempre! Deveria ser assim para todos, mas não é do ser humano médio procurar o que se quer por trás da casca. Tá elegante, tá sorridente, tá confiante, compra-se. Depois o sofrimento para admitir o erro.
Sol forte, avenida larga, carros em alta velocidade. Suor, roupa pré-barbeiro (daquelas que podem encher de cabelos sem deixar culpa). Reunião, meias-idades bem vividas e bem aparentadas em rostos marcados. Novamente o conteúdo fica escondido entre olhares, sobrancelhas e pernas cruzadas em uma sala agradavelmente refrescada.
Será que Prada vencerá sempre?
Definitivamente precisamos mudar nossos conceitos.
Kkkkkkkk….. filho, parabéns! Às vezes o óbvio precisa ser dito e quando dito, ou escrito, pela pessoa certa fica registrado, vira poesia, corre o mundo e faz pensar.
Fico me roendo de curiosidade para saber em quem pensaste ao escrever sobre 2007.
E acredite enquanto não apredermos olhar além da aprência, Prada sempre vencerá.